Poluição pode contribuir para Alzheimer, diz estudo | IMEB

Poluição pode contribuir para Alzheimer, diz estudo

Indústria de processamento de lixo libera fumaça no meio ambiente em Bruxelas em foto de 10 de março; relatório da OMS aponta que 23% das mortes do mundo se devem a ambientes insalubres  (Foto: Reuters/Yves Herman)

É fato que ambientes poluídos provocam dificuldades respiratórias, problemas cardíacos entre outros. Agora, um novo estudo traz mais um motivo de alerta: partículas de compostos de ferro oriundas da poluição do trânsito podem chegar ao cérebro.

Amostras do cérebro de corpos de pessoas que viveram e morreram na Cidade do México – que é um dos lugares mais poluídos do mundo e onde uma grande nuvem cinzenta paira no ar – foram analisados em um laboratório da Universidade de Lancaster, na Inglaterra.

Pequenas demais para serem vistos a olho nu, nanopartículas de um óxido de ferro chamado magnetita foram encontrados nos tecidos cerebrais. As amostras do México foram comparadas com o mesmo tipo de material coletado em Manchester.

“Identificamos milhões de partículas de poluição no cérebro. Num grama de cérebro humano, haverá milhares de partículas. É um milhão de oportunidades para essas partículas provocarem danos nas células do cérebro”, explica a professora Barbara Maher, da Universidade de Lancaster.

Magnetita pode ocorrer naturalmente no cérebro em pequenas quantidades, mas as partículas formadas ali têm um formato irregular distinto.

Já as partículas identificadas no estudo são bem mais numerosas e de formato diferente, arredondado e regular, características que somente poderiam ser criadas nas altas temperaturas de um motor de veículos ou sistema de freios.

“É uma descoberta. É toda uma nova área para ser investigada e entendida – se essas partículas de magnetita estão causando ou acelerando doenças neurodegenerativas.”

Essas partículas são inaladas – as maiores são barradas no nariz, mas as menores vão parar nos pulmões e na corrente sanguínea. As minúsculas podem se conectar aos nervos e seguir direto para o cérebro, onde foram achadas nesse estudo.

Medicamento experimental, quando tomado como droga única contra Alzheimer, foi capaz de desacelerar progressão da doença (Foto: Rede Globo)

Uma forte suspeita ainda não comprovada empiricamente é que essas partículas são capazes de quebrar conexões entre as células cerebrais, exatamente como acontece com doenças como o Alzheimer. Apesar de o estudo não provar que a poluição no cérebro automaticamente causa doenças, não está descartada essa possibilidade.

“Esse estudo mostra pela primeira vez que partículas da poluição podem parar no cérebro. Obviamente isso é muito importante, mas ainda não há evidência do papel delas no Alzheimer. Isso é algo que não sabemos”, diz Clare Walton, da organização Alzheimer Society.

Idosa com Ahzheimer anda ao lado de seu companheiro em corredor de uma instituição americana dedicada ao atendimento desses pacientes, em foto de novembro de 2015  (Foto: AP Photo/Matt Rourke)

“As causas da demência são complexas e até agora não houve pesquisas suficientes para dizer se viver em cidades ou áreas poluídas aumenta o risco da doença. “

Ela diz que formas práticas de reduzir os riscos de desenvolver demência incluem exercícios regulares, uma dieta saudável e evitar o fumo.

Por: Dr. Renato Barra / Categoria: Destaque Notícias

6 de setembro de 2016

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