Por dentro da Tomografia Computadorizada
Criada em 1971, a tomografia computadorizada vem passando por aprimoramentos tecnológicos sucessivos. Na década de 1990, a introdução da tomografia computadorizada helicoidal alterou a forma de aquisição de imagens, permitindo o giro unidirecional contínuo do sistema de tubos detectores. Por causa disso, exames que duravam cerca de 10 minutos passaram a ser realizados em menos de 1, sendo medidos pela duração do fôlego do paciente.
A próxima inovação do sistema surgiu na virada do milênio, quando foram criados os tomógrafos multislice. Com múltiplas fileiras de detectores, essas máquinas são capazes de adquirir diversas imagens em cada exposição de raios X, aumentando ainda mais a velocidade da aquisição e sua resolução, fazendo com o que o tempo dos exames diminuísse para poucos segundos.
Segundo Dr. Marcelo Canuto, diretor médico de diagnóstico por imagem, o avanço tecnológico dos tomógrafos nos permite melhorar a qualidade da imagem, ao mesmo tempo que diminui a dose de radiação dos exames. “Além disso, mais qualidade nos exames resulta em uma melhor eficácia do método na identificação das patologias”, afirma.
Quais são as vantagens e as desvantagens da tomografia computadorizada?
A maior vantagem da tomografia computadorizada em relação à radiografia tradicional é que ela permite o estudo de secções transversais do corpo, enquanto aquela apenas mostra as estruturas do corpo sobrepostas em um único plano, permitindo, assim, uma imagem espacial e maior nitidez. Outra vantagem é que ela permite distinguir entre si menores diferenças de densidade nos tecidos e desta forma é capaz de captar anomalias que não seriam visualizadas em radiografias comuns. Cada vez mais, este exame tem se tornado um dos mais requisitados métodos de diagnóstico por imagem.
As principais desvantagens da tomografia computadorizada residem no fato de utilizar radiação maior que uma radiografia tradicional. Essa radiação é ionizante e remove elétrons dos átomos por onde passa e isso tem um efeito negativo sobre o organismo. Embora o risco seja muito baixo, é de extrema importância que as exposições aos raios X sejam controladas e estejam dentro das normas vigentes.
Quando se deve usar a tomografia computadorizada?
A tomografia computadorizada é usada para detectar tumores, fraturas, obstruções circulatórias, alterações nas estruturas orgânicas e outras anomalias teciduais, sendo mais precisa para tecidos moles que as simples radiografias. Hoje em dia a tomografia computadorizada vem perdendo terreno para a ressonância magnética em virtude de duas grandes vantagens dessa última: imagens com maior definição e o fato de não usar energia radioativa.
Riscos
A dose de radiação efetiva envolvida na tomografia computadorizada varia de cerca de 0,1 mSv até níveis altíssimos, por isso os serviços de radiologia tomam cuidado para controlar as doses empregadas. Em centros bem equipados, as doses costumam ser mínimas, dentro dos limites recomendados internacionalmente.
Como as crianças são mais sensíveis à radiação e as doses se acumulam pela vida inteira, elas só devem realizar tomografias computadorizadas quando estritamente necessário.
O risco de reação alérgica grave aos materiais de contraste que contêm iodo é muito pequeno. Os serviços de radiologia costumam estar preparados para lidar com eles.
As mães que amamentam devem aguardar oito horas após a injeção de contraste antes de amamentar seus filhos.
As mulheres devem informar ao médico se há possibilidade de gravidez.
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Por: Dr. Renato Barra / Categoria: Destaque Notícias
8 de abril de 2016