Remédios comuns podem agravar insuficiência cardíaca

Remédios comuns podem agravar insuficiência cardíaca

Menopausa coração (Foto: Burger/Phanie/Arquivo AFP)

A insuficiência cardíaca, também chamada de insuficiência cardíaca congestiva, é uma doença na qual o coração não consegue mais bombear sangue suficiente para o resto do corpo, não conseguindo suprir as suas necessidades.

A insuficiência cardíaca pode ser dividida principalmente em dois tipos:

  • Insuficiência cardíaca sistólica: ocorre quando o músculo cardíaco não consegue bombear ou ejetar o sangue para fora do coração adequadamente
  • Insuficiência cardíaca diastólica: os músculos do coração ficam rígidos e não se enchem de sangue facilmente

Ambos problemas têm uma coisa em comum: o coração não consegue mais bombear sangue suficiente rico em oxigênio para o resto do corpo.

A insuficiência cardíaca é uma doença crônica de longo prazo, embora possa, às vezes, se desenvolver repentinamente. Ela pode afetar apenas um dos lados do coração, sendo chamada, dependendo do caso, de insuficiência cardíaca direita ou insuficiência cardíaca esquerda. Mesmo que ela se desenvolva em somente um lado do coração, ambos os lados acabam sendo afetados conforme o tempo vai passando.

Muitos medicamentos comuns – prescritos, vendidos sem receita ou fitoterápicos – podem agravar a insuficiência cardíaca, por isso é importante que pacientes relatem aos médicos tudo o que estão tomando. É o que orienta uma declaração científica feita pela Associação Americana do Coração (AHA, na sigla em inglês) esta semana.

A insuficiência cardíaca é a principal causa de hospitalização para pessoas com mais de 65 anos e os pacientes nesta situação tomam, em média, sete medicamentos prescritos por dia. No Brasil a causa mais comum da insuficiência cardíaca é a doença arterial coronariana (DAC), na qual teremos um estreitamento dos vasos coronarianos, que são responsáveis por levar oxigênio ao músculo cardíaco, pela presença de placas de gordura podendo levar a isquemia e infarto. Também podem levar a esta condição clínica alterações nas válvulas cardíacas, níveis pressóricos não controlados, inflamações do músculo cardíaco , doença de chagas e outras causas.

Mais de um terço dos pacientes com insuficiência cardíaca também tomam fitoterápicos, que são medicamentos feitos à base de plantas, dois terços tomam vitaminas e sete a cada oito usam remédios vendidos sem receita.

O  médico Robert L. Page II, um dos autores da declaração da AHA, disse à Reuters por e-mail: “Quando um paciente toma ao menos quatro medicações, o risco de uma interação entre as drogas aumenta para 38%; esse número aumenta para 82% quando os pacientes tomam sete ou mais medicamentos, o que vários pacientes de insuficiência cardíaca fazem.”

Polifarmácia
A combinação de várias prescrições, chamada de polifarmácia, e a presença de muitas doenças torna os pacientes com insuficiência cardíaca particularmente vulneráveis a interações entre drogas que podem levar a hospitalizações e até morte.

Para ajudar a evitar essas consequências, a AHA criou um guia para medicamentos prescritos, medicamentos de venda livre e produtos de medicina alternativa que podem agravar a insuficiência cardíaca.

“Os pacientes ficariam surpresos de saber que drogas de venda livre comumente usadas para tratar dor e azia pode levar a retenção de líquido e agravar os sintomas. Pacientes também ficariam surpresos de saber que muitos produtos feitos a partir de ervas podem afetar o metabolismo dos medicamentos para insuficiência cardíaca de forma potencialmente perigosa”, afirmou o médico Kumar Dharmarajan, da Escola de Medicina da Universidade Yale à Reuters.

“Pacientes não devem presumir que medicamentos de venda livre e remédios complementares são seguros apenas porque estão disponíveis sem prescrição”, disse. “Eles devem consultar seus médicos antes de começar a mudar suas medicações.”

Fatores de risco da Insuficiência Cardíaca

Um fator de risco único pode ser suficiente para causar insuficiência cardíaca, mas uma combinação de fatores, de acordo com médicos, também pode aumentar o risco da doença:

  • Pressão arterial elevada
  • Doença arterial coronariana
  • Ataque cardíaco
  • Diabetes e alguns medicamentos para tratar a doença
  • Apneia do sono
  • Cardiopatias congênitas
  • Infecção por vírus
  • Consumo de álcool
  • Batimentos cardíacos irregulares, a exemplo de arritmia.

Sintomas de Insuficiência Cardíaca

Os sintomas da insuficiência cardíaca normalmente começam devagar. No início, podem aparecer apenas quando se está mais ativo. Com o passar do tempo, problemas respiratórios e outros sintomas podem começar a serem percebidos mesmo ao descansar.

No entanto, os sintomas de insuficiência cardíaca podem também aparecer de repente, logo após um ataque cardíaco ou outro problema cardíaco.

Os sintomas mais comuns da insuficiência cardíaca são:

  • Falta de ar na atividade física ou logo após estar deitado por um tempo
  • Tosse
  • Inchaço dos pés e tornozelos
  • Inchaço do abdômen
  • Ganho de peso
  • Pulso irregular ou rápido
  • Sensação de sentir o batimento cardíaco (palpitações)
  • Dificuldade para dormir
  • Fadiga, fraqueza, desmaios
  • Perda de apetite, indigestão
  • Diminuição da atenção ou concentração
  • Redução do volume de urina
  • Náuseas e vômitos
  • Necessidade de urinar durante a noite
  • Bebês podem apresentar suor durante a alimentação (ou outra atividade).

Alguns pacientes com insuficiência cardíaca não apresentam sintomas. Nessas pessoas, os sintomas podem aparecer somente sob as seguintes condições:

  • Ritmo cardíaco anormal (arritmias)
  • Anemia
  • Hipertireoidismo
  • Infecções com febre alta
  • Doença renal.

Diagnóstico de Insuficiência cardíaca

O diagnóstico na maioria das vezes poderá ser feito baseado na história clínica do paciente, na sintomatologia e no exame físico. Os exames laboratoriais e de imagem serão complementares no diagnóstico e ajudarão no tratamento e seguimento deste pacientes.

Exames

  • Ecocardiograma de 12 derivações: possibilita a identificação de alterações de sobrecarga ou dilatação do músculo cardíaco e a presença de arritmias
  • Raio-X de tórax: avalia o tamanho do coração, presença de líquido nos pulmões e presença de infecções associadas
  • Ecocardiograma bidimensional: avalia o músculo cardíaco, a função do coração e as válvulas cardíacas
  • Angiotomografia coronariana: identifica a presença de placas de gordura e variações anatômicas
  • Ressonância cardíaca: calcula a função do coração, o tamanho das câmaras cardíacas, a presença de infartos e fibrose no músculo e ajuda no diagnóstico das causas da patologia
  • Cineangiocoronariografia: identifica a presença de placas de gordura, e possibilita o tratamento seja de valvulopatias ou obstruções coronarianas

Por: Dr. Renato Barra / Categoria: Destaque Notícias

15 de julho de 2016

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