A bronquiolite é uma doença que costuma ser associada à infância, mas também pode afetar adultos, especialmente aqueles com o sistema imunológico enfraquecido ou doenças respiratórias pré-existentes.
Ainda que seja menos comum nessa faixa etária, a condição pode causar sérios prejuízos à função pulmonar e exigir acompanhamento médico rigoroso.
Neste artigo, você vai entender o que é bronquiolite em adultos, seus principais sintomas, causas e formas de tratamento, além de dicas para prevenção e cuidados diários.
Acompanhe!
O que é bronquiolite e como afeta adultos
A bronquiolite é uma inflamação dos bronquíolos, estruturas responsáveis por conduzir o ar até os alvéolos pulmonares, onde ocorre a troca gasosa.
Quando esses pequenos canais ficam inflamados ou obstruídos, o fluxo de ar é dificultado, o que resulta em tosse, chiado e falta de ar.
Em crianças, a doença é quase sempre causada por vírus, como o vírus sincicial respiratório (VSR), costuma afetar bebês de até dois anos e tende a evoluir rapidamente, pois os bronquíolos de bebês são naturalmente menores e mais sensíveis, o que aumenta o risco de obstrução.
Já em adultos, a bronquiolite é menos comum e tende a ter causas mais variadas, como infecções, exposição prolongada a agentes irritantes ou doenças autoimunes. Além disso, apresenta evolução mais lenta e pode se tornar crônica.
Alguns grupos apresentam maior probabilidade de desenvolver a doença, especialmente quando há predisposição respiratória ou imunológica.
Entre eles, estão pessoas com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) ou asma, fumantes e ex-fumantes, indivíduos com exposição frequente à fumaça, poeira, produtos químicos ou poluentes, pacientes imunossuprimidos (como aqueles com HIV ou câncer) ou pessoas com doenças autoimunes (como artrite reumatoide ou lúpus).
Causas mais comuns
A bronquiolite em adultos pode ter diferentes origens, mas geralmente está relacionada à irritação e inflamação contínua dos bronquíolos. As causas mais frequentes são:
- Infecções virais: como vírus sincicial respiratório (VSR), influenza (gripe), adenovírus, coronavírus e parainfluenza;
- Exposição à fumaça: tanto do cigarro quanto de incêndios, poluição urbana ou substâncias químicas inaladas no ambiente de trabalho;
- Fatores imunológicos: doenças autoimunes podem causar inflamação crônica dos bronquíolos, levando a formas conhecidas como bronquiolite obliterante;
- Infecções bacterianas: em alguns casos, bactérias como Mycoplasma pneumoniae podem desencadear o processo inflamatório;
- Uso de certos medicamentos ou transplantes: especialmente transplante pulmonar ou de medula óssea, que podem causar reações imunológicas no tecido pulmonar.
Sintomas iniciais
A bronquiolite em adultos geralmente começa de forma discreta, com sintomas semelhantes a uma gripe prolongada ou uma bronquite leve. No entanto, o desconforto respiratório tende a persistir e pode se agravar ao longo dos dias. Entre os sintomas iniciais mais comuns, estão:
Tosse persistente
A tosse seca e contínua é um dos primeiros sintomas da bronquiolite. Com o tempo, pode tornar-se produtiva (com catarro), especialmente se houver infecção secundária.
Chiado no peito
O chiado, ou sibilo, é um som agudo que surge durante a respiração devido ao estreitamento dos bronquíolos. É um sinal clássico de obstrução das vias aéreas e pode piorar à noite ou durante atividades físicas.
Dificuldade para respirar
A sensação de falta de ar ou respiração encurtada é comum nos estágios iniciais, principalmente após esforços leves. Em casos mais graves, a dificuldade pode ocorrer mesmo em repouso.
Cansaço e fraqueza
A inflamação pulmonar reduz a oxigenação do sangue, o que provoca fadiga, indisposição e dificuldade para realizar atividades simples.
Sensação de aperto no peito
Alguns pacientes relatam desconforto torácico, que pode ser confundido com sintomas cardíacos. Esse sintoma costuma estar relacionado ao esforço respiratório.
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Sintomas graves que exigem atenção
Embora muitos casos de bronquiolite em adultos sejam leves, há situações em que o quadro se torna grave e requer atendimento médico urgente. Os principais sinais de alerta incluem:
- Falta de ar intensa, mesmo em repouso;
- Chiado muito alto ou contínuo, que não melhora com medicamentos;
- Cianose (coloração azulada nos lábios ou unhas), indicando baixa oxigenação;
- Febre alta persistente (acima de 38,5 °C), podendo sugerir infecção bacteriana associada;
- Dor torácica intensa ao respirar;
- Confusão mental ou sonolência excessiva, devido à queda nos níveis de oxigênio no sangue;
- Tosse com sangue ou secreção purulenta.
Esses sintomas indicam possível complicação e devem ser avaliados imediatamente em um pronto atendimento.
Exames utilizados para diagnóstico
O diagnóstico da bronquiolite em adultos requer uma avaliação médica detalhada e a realização de exames complementares.
Como os sintomas podem se confundir com os de outras doenças pulmonares, esses exames ajudam a confirmar a causa e direcionar o tratamento adequado.
Entre os exames de imagem mais utilizados, está a radiografia de tórax, que mostra áreas de inflamação, espessamento das vias aéreas e eventuais infecções associadas.
A tomografia computadorizada de tórax também é muito útil, pois permite visualizar pequenas obstruções e inflamações nos bronquíolos de forma detalhada, além de identificar o tipo de bronquiolite (viral, obliterante, pós-infecciosa, etc.).
Já testes respiratórios, como a espirometria e a oximetria de pulso, são usados para avaliar a função pulmonar, medindo a quantidade e a velocidade do ar inspirado e expirado, e medir a saturação de oxigênio no sangue a fim de analisar a gravidade do comprometimento respiratório.
Também podem ser utilizados exames laboratoriais, como testes virais e bacteriológicos para identificar o agente causador da doença, e exames de sangue que verificam marcadores inflamatórios e possíveis sinais de infecção ou resposta autoimune.
Opções de tratamento
O tratamento da bronquiolite em adultos depende da causa, da gravidade e da presença de doenças associadas. O objetivo principal é aliviar os sintomas, controlar a inflamação e restaurar a função respiratória.
Entre as abordagens terapêuticas que costumam ser utilizadas pelos médicos, estão:
1. Medicamentos
- Broncodilatadores: ajudam a relaxar e dilatar os bronquíolos, facilitando a respiração;
- Corticosteroides: reduzem a inflamação das vias respiratórias, sendo indicados especialmente em casos de bronquiolite obliterante ou inflamação autoimune;
- Antibióticos: utilizados apenas quando há suspeita de infecção bacteriana associada;
- Antivirais: em alguns casos específicos, podem ser prescritos, como durante infecção por influenza grave.
2. Cuidados respiratórios
- Nebulizações: com solução salina ou medicamentos broncodilatadores ajudam a aliviar a tosse e a sensação de aperto no peito;
- Fisioterapia respiratória: auxilia na eliminação de secreções, melhora a ventilação pulmonar e reduz o risco de complicações;
- Oxigenoterapia: indicada em casos de hipoxemia (baixa oxigenação sanguínea), podendo ser realizada em ambiente hospitalar ou domiciliar.
3. Suporte hospitalar
Quando o quadro é grave, com dificuldade respiratória acentuada, o paciente pode necessitar de internação para receber tratamento intensivo, o que inclui suporte de oxigênio, monitoramento contínuo e, em casos extremos, ventilação mecânica.
4. Tratamento de causas associadas
Em bronquiolites decorrentes de doenças autoimunes, como a bronquiolite obliterante, o tratamento pode incluir imunossupressores. Já nos casos relacionados à exposição a substâncias tóxicas, o primeiro passo é remover o agente causador e evitar novos contatos.
Prevenção e cuidados diários
Ainda que nem todos os casos de bronquiolite possam ser evitados, algumas medidas ajudam a reduzir o risco de infecção e proteger a saúde respiratória. Confira algumas dicas de prevenção e cuidados diários:
Evite o tabagismo
O cigarro é um dos principais agressores dos bronquíolos. Parar de fumar (ou evitar a exposição à fumaça) é essencial para prevenir inflamações e manter a função pulmonar saudável.
Mantenha o ambiente ventilado
Ambientes fechados favorecem a proliferação de vírus e bactérias. Prefira locais arejados e evite exposição prolongada a poeira, mofo e produtos químicos irritantes.
Higienize as mãos com frequência
Lavar as mãos regularmente ajuda a evitar a transmissão de vírus respiratórios, especialmente durante períodos de maior circulação de gripes e resfriados.
Fortaleça o sistema imunológico
Uma alimentação equilibrada, rica em frutas, vegetais e fontes de proteína, aliada a sono adequado e prática regular de exercícios, contribui para manter o sistema imunológico forte.
Mantenha vacinas em dia
Vacinas contra influenza, COVID-19 e pneumonia são importantes para reduzir o risco de infecções respiratórias que podem desencadear bronquiolite.
Busque acompanhamento médico
Pessoas com doenças respiratórias crônicas devem manter consultas regulares com o pneumologista para monitorar a função pulmonar e ajustar tratamentos preventivos.
Como vimos no artigo, a bronquiolite em adultos, ainda que seja menos comum do que em crianças, é uma condição que necessita de atenção para evitar complicações mais graves.
Com cuidados preventivos, ambiente saudável, acompanhamento médico e a realização de exames para diagnóstico precoce, é possível controlar a bronquiolite e evitar que ela comprometa a respiração e o bem-estar do paciente.
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