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Por: Dr. Renato Barra

Febre Amarela – A vacinação não descarta a prevenção

Um dos problemas da febre amarela é o falso senso de segurança que a vacinação em massa passa para a população. Sabe-se que uma vez vacinada, não há possibilidade da pessoa ser infectada com o vírus da febre amarela, portanto, nenhuma possibilidade de infectar outros mosquitos. Entretanto nessa afirmação existem exceções.

“ A vacinação em massa parece ser eficaz, mas só se for para toda população”.

A febre amarela é prevenida por uma vacina extremamente eficaz, que é segura e acessível. Uma única dose de vacina da febre amarela é suficiente para conferir imunidade sustentada e proteção ao longo da vida contra a febre amarela e não é necessária uma dose de reforço da vacina. A vacina proporciona imunidade efetiva dentro de 30 dias para 99% das pessoas vacinadas. Ou seja, além de levar até 30 dias para geralmente fazer efeito duradouro, existe a possibilidade de infecção em 1% das pessoas infectadas.

Além desses 1% onde a vacina pode não ser eficaz, devemos também considerar os seguintes casos onde a vacina realmente é contra indicada (https://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs100/en/)

Quem não deve receber vacina contra a febre amarela?

• Qualquer pessoa com uma alergia grave (com risco de vida) a qualquer componente da vacina, incluindo ovos, proteínas de galinha ou gelatina, ou que teve uma reação alérgica grave a uma dose anterior de vacina da febre amarela não deve receber a vacina contra a febre amarela. Informe o seu médico se tiver alguma alergia grave.

• Os bebês menores de 6 meses de idade não devem receber a vacina.

Informe o seu médico se:

• Pessoas que convivem com HIV / AIDS ou outra doença que afeta o sistema imunológico.

• Seu sistema imunológico é enfraquecido como resultado de câncer ou outras condições médicas, um transplante ou tratamento de radiação ou drogas (como esteróides, quimioterapia contra câncer ou outras drogas que afetam a função das células imunes).

• O seu timo foi removido ou você tem uma doença do timo, como a miastenia gravis, a síndrome de DiGeorge ou o timoma.

• O seu médico irá ajudá-lo a decidir se pode receber a vacina.

• Os adultos de 60 anos ou mais que não podem evitar viajar para uma área de febre amarela devem discutir a vacinação com o médico. Eles podem estar em maior risco de problemas graves após a vacinação.

• Os lactentes de 6 a 8 meses de idade, mulheres grávidas e mães que amamentam devem evitar ou adiar viagens para uma área onde há risco de febre amarela. Se a viagem não puder ser evitada, discuta a vacinação com o seu médico.

Se você não conseguir a vacina por razões médicas, mas exige prova de vacinação contra a febre amarela para viagens, seu médico pode dar uma carta de renúncia se considerar o risco aceitável baixo. Se você planeja usar uma renúncia, você também deve entrar em contato com a embaixada dos países que você planeja visitar para obter mais informações.

A preocupação é realmente com a prevenção, porque, uma vez vacinadas, as pessoas devem se preocupar ainda em não frequentar locais de possibilidade de transmissão da febre Amarela por pelo menos 30 dias (Parques, Áreas de floresta ou ecoturismo e etc.), pois a infecção pode ocorrer, embora existam poucas possibilidades, não é totalmente descartada a infecção nesse período. Caso se infectem, existe a possibilidade remota de infectar mosquitos urbanos. Essa janela de possibilidades aumenta quando as pessoas infectadas não sentem os sintomas primariamente e logo retornam a cidade.

Temos a experiência do passado, onde uma vez que instalada a Febre Amarela Urbana, a mortalidade passa de dezenas para milhares. A vacinação em massa parece ser eficaz, mas só se for para toda população, o que pode ser um problema para todas as exceções, pessoas competentes ao desenvolvimento da doença, aos imunossuprimidos e para os que não podem ser imunizados.

Devo confessar que o conjunto dessas possibilidades ainda me assusta, então, a solução consiste em uma educação maciça da população para que evite os locais de transmissão e uma intensa e eficaz vigilância dos vetores silvestre e urbanos.

Vale a pena é prevenir e não correr riscos, concordam?

FONTE: https://www.pragaseeventos.com.br/saude-publica/febre-amarela-vacinacao-nao-descarta-prevencao/

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