Medicina nuclear: quais doenças investiga?

A medicina nuclear é uma especialidade moderna utilizada para o diagnóstico, acompanhamento e tratamento médico. Por meio de exames de imagem altamente precisos, é possível avaliar não apenas a anatomia — como acontece na maioria dos exames convencionais — mas também a função metabólica de diversos órgãos e tecidos.

Com isso, a medicina nuclear é capaz de detectar problemas antes mesmo que eles se manifestem no corpo, inclusive diferentes tipos de tumores.

Neste artigo, você vai conhecer mais sobre a medicina nuclear e saber quais doenças essa área investiga.

Acompanhe!

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Afinal, o que é medicina nuclear?

A medicina nuclear é uma especialidade médica que utiliza substâncias conhecidas como radiofármacos para gerar imagens de altíssima qualidade de órgãos e tecidos, a fim de realizar exames diagnósticos precisos, tratamentos terapêuticos e auxiliar em procedimentos cirúrgicos.

Diferente de exames de imagem convencionais, como ultrassom, radiografia, tomografia computadorizada ou mesmo a ressonância magnética, a medicina nuclear tem como base a avaliação em conjunto da fisiologia e do metabolismo do corpo.

Isso acontece porque os radiofármacos administrados no paciente (por via oral ou intravenosa) funcionam como marcadores da região afetada por alguma doença, que geralmente costuma apresentar maior atividade metabólica. 

Assim, a substância tende a se fixar nessas áreas, o que é registrado pelos exames através de imagens que identificam o caminho percorrido pelo radiofármaco até o local onde se acumula, evidenciando com mais precisão o estado dos órgãos internos analisados.

Os principais exames utilizados na medicina nuclear são a cintilografia e o PET/CT.

Veja também: Embolia Pulmonar: Sintomas e Tratamentos

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Cintilografia

A cintilografia é um exame de imagem indicado para investigar doenças em diferentes partes do corpo. Para cada região analisada, é administrado um tipo de radiofármaco diferente.

O procedimento é capaz de registrar em imagens as alterações no funcionamento de órgãos e tecidos antes mesmo que sejam visíveis. Além disso, o exame é rápido, seguro, indolor e pouco invasivo, sendo extremamente eficiente para detectar e tratar problemas nos ossos, coração, pulmões e várias outras.

Alguns tipos de cintilografia são:

✅ Cintilografia de fígado e baço (hepática);

✅ Cintilografia de Perfusão Cerebral;

✅ Cintilografia do Fígado e Vias Biliares com Disida;

✅ Cintilografia Miocárdica (Repouso e Esforço);

✅ Cintilografia Óssea;

✅ Cintilografia Pulmonar – Inalação e Perfusão;

✅ Cintilografia Renal.

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PET/CT

O PET/CT, também chamado de PET Scan, é o exame que combina a tomografia por emissão de pósitrons (PET) com a tomografia computadorizada (CT). 

A PET utiliza uma câmera especial para registrar as imagens funcionais dos órgãos ou tecidos que captam o radiofármaco, que nesse caso é um marcador de metabolismo, como a glicose marcada com flúor FDG-18F. Já a CT faz uso de raios X para obter imagens anatômicas dos órgãos ou tecidos. 

Dessa forma, o exame permite obter imagens híbridas, que correlacionam o metabolismo com a anatomia dos locais a serem investigados.

O procedimento é usado com mais frequentemente para diagnóstico, tratamento e acompanhamento de casos de câncer, pois permite ao médico investigar tumores em fases iniciais, contribuindo para evitar procedimentos mais invasivos, como cirurgias e biópsias. Por isso, é considerado o melhor método para detectar neoplasias de forma precisa e precoce.

Além disso, o PET/CT também é essencial para a confirmação de doenças neurológicas, psiquiátricas e cardíacas, já que é capaz de diagnosticar problemas que permanecem invisíveis em exames comuns de radiografia.

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Medicina nuclear: quais doenças investiga?

Por sua capacidade de detectar doenças ainda em seus estágios iniciais, antes mesmo que causem alterações nas estruturas dos órgão ou tecidos afetados, os exames de medicina nuclear tem sido cada vez mais utilizados no diagnóstico e seguimento de diversos tipos de câncer, assim como na avaliação de doenças cardíacas, endócrinas, neurológicas, ortopédicas e gastrointestinais.

Entre as patologias que podem ser investigadas por exames de medicina nuclear, como a cintilografia e o PET/CT, estão:

✅ Doenças cardíacas, como infarto agudo do miocárdio, doença arterial coronariana e insuficiência cardíaca, já que podem avaliar o fluxo arterial sanguíneo em situações de repouso e estresse, função cardíaca, danos ao músculo cardíaco após infarto, avaliação funcional após procedimentos de revascularização, rejeição de transplantes cardíacos, entre outros.

✅ Doenças renais, para avaliar a função diferencial entre os rins, identificação de possíveis obstruções no sistema coletor, cicatrizes decorrentes de infecções, a fim de detectar problemas como insuficiência renal, infecção urinária, refluxo vesicoureteral, hidronefrose e cálculos renais.

✅ Doenças endócrinas, na investigação da captação, metabolismo e função de glândulas endócrinas, como tireóide, paratireóide, adrenal e pâncreas, com a finalidade de detectar hipotireoidismo, hipertireoidismo, nódulos tireoidianos, câncer de tireoide, hiperparatireoidismo, feocromocitoma e insulinoma, entre outras.

✅ Doenças neurológicas, através do diagnóstico e controle do tratamento de demências, crises epilépticas, avaliação de déficit cognitivo e quadros de demência, além da avaliação e acompanhamento de doenças neurodegenerativas, como a doença de Alzheimer e a doença de Parkinson.

✅ Doenças ósseas e nas articulações, para avaliação do metabolismo ósseo, inflamação, infecção e fratura, além de diagnosticar doenças como osteoporose, artrite, osteomielite, fraturas de estresse e metástases ósseas.

✅ Doenças oncológicas, para o diagnóstico preciso e precoce, bem como o estadiamento, o prognóstico e a resposta ao tratamento de diversos tipos de câncer e tumores, como câncer de pulmão, câncer de mama, melanoma, nódulo pulmonar, câncer colorretal, linfoma, câncer de esôfago e câncer de cabeça e pescoço. 

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Benefícios da medicina nuclear

Como dissemos anteriormente, os exames da medicina nuclear diferem de outras formas de diagnóstico por imagem devido a sua precisão e capacidade de identificar doenças em fase inicial, quando alterações anatômicas nas células ainda não podem ser observadas por outros métodos.

Isso porque na cintilografia e no PET/CT são analisados aspectos metabólicos, ou seja, como determinado órgão ou região está funcionando, e não apenas uma imagem estática da área. Dessa forma, é possível obter informações valiosas que vão orientar o médico a respeito do local e do desenvolvimento de diversas patologias.

Os exames de medicina nuclear também não são invasivos e permitem uma exposição menor à radiação do que outros exames. A cintilografia óssea, por exemplo, possui um nível de radiação quase 100 vezes menor que a de um exame de raio X de tórax. E, ao contrário de exames convencionais, na medicina nuclear é possível que todo o corpo seja avaliado com apenas uma dose de radiofármaco.

Além disso, a aplicação da substância segue as normas técnicas da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e todos os procedimentos são realizados por médicos com ampla capacitação, incluindo seis anos de formação básica e especialização em Medicina Nuclear.

A capacidade diferenciada desses exames em detectar mudanças funcionais e anatômicas em órgãos e tecidos é outra vantagem essencial em relação aos demais exames de imagem, já que evitam a necessidade do paciente ser submetido a investigações mais invasivas e radicais, como cirurgias e biópsias.

A medicina nuclear também traz como benefício sua alta sensibilidade, o que permite aos médicos identificar com precisão áreas comprometidas e, a partir disso, definir com mais assertividade o melhor caminho para o tratamento.

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Onde fazer exames de medicina nuclear no DF?

Como vimos no artigo, a medicina nuclear é capaz de investigar diversas doenças e oferece muitas vantagens em comparação a métodos tradicionais para um diagnóstico precoce, seguro e eficiente.

Isso não significa que outros exames de imagem não tenham sua aplicação e importância em determinadas situações. No entanto, em determinados casos, nenhuma das opções diagnósticas disponíveis se mostram tão eficazes e precisas quanto os exames de medicina nuclear, especialmente a cintilografia e o PET/CT.

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Por: Dr. Renato Barra / Categoria: Medicina Nuclear

20 de fevereiro de 2024