TDAH: desatenção, inquietude e impulsividade | IMEB

TDAH: desatenção, inquietude e impulsividade

Sabe aquela criança que não para quieta? Ou aquele adulto que não para no emprego? Isso pode ser TDHA, o transtorno do déficit de atenção e hiperatividade.

O psiquiatra Guilherme Polanczyk explica um pouco sobre os sintomas da doença que atinge 5% das crianças brasileiras.

O TDAH é um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e que pode acompanhar o indivíduo por toda a vida. Ele se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade. Em alguns países, como nos Estados Unidos, portadores de TDAH são protegidos pela lei quanto a receberem um tratamento diferenciado na escola. Ele é chamado às vezes de DDA (Distúrbio do Déficit de Atenção). Em inglês, também é chamado de ADD, ADHD ou de AD/HD.

No Brasil, 5% das crianças e adolescentes tem TDAH e destas, 2/3 terão os sintomas na idade adulta. O psiquiatra Doutor Daniel Barros explica que quando o filho tem, o pai pode ter também.

Todas as pessoas, tanto crianças quanto adultos, apresentam estas características em pelo menos algumas situações – o que é completamente normal. Porém, quando as queixas e os problemas causados por elas são muito intensos, pode ser alguma outra coisa – dentre as alternativas, que a causa dos problemas seja o TDAH – Transtorno de Déficit de Atenção. Se for este seu caso – ou se você estiver em dúvida, saiba que há diagnóstico e tratamento para TDAH, que pode prevenir e aliviar muito sofrimento.

Normalmente, em atividades como estudo, leitura ou outras que exijam concentração, o cérebro aumenta os níveis de ativação, justamente para dar conta das exigências. Nos casos típicos de TDAH, a característica psicofisiológica mais comum é a hipofunção / hipoativação do córtex pré-frontal, na qual uma quantidade significativa de neurônios pulsam mais devagar que o esperado, especialmente quando as circunstâncias exigem maior esforço mental e, portanto, maior ativação.

Imagens funcionais do cérebro mostraram menor ativação das áreas frontais em portadores de TDAH, especialmente ao tentar concentrar ou realizar esforço mental. Estes desequilíbrios estão relacionados à ação de neurotransmissores, que por sua vez determinam os disparos elétricos dos neurônios. Apesar de não haver certeza sobre as causas destas alterações, estudos já apontaram forte correlação entre TDAH, tanto na forma de déficit de atenção quanto de hiperatividade e impulsividade, com hereditariedade. (Imagens: Clinica Amen, EUA / Brookhaven National Laboratory).

Diagnóstico para TDAH – Como encontrar o melhor diagnóstico

O diagnóstico do TDAH – Déficit de Atenção e Hiperatividade exige bastante cuidado e experiência. Apenas com um diagnóstico preciso é possível encontrar tratamentos realmente eficazes, que levem em conta as necessidades de longo prazo, sem esquecer o que é importante no curto prazo. Estes cuidados indispensáveis quando se suspeita de TDAH, pois há vários outros problemas e transtornos que podem mimetizar (imitar) seus sintomas.

Outro aspecto que não pode ser esquecido ao fazer o diagnóstico do TDAH é a possibilidade de ocorrência de mais de um problema ao mesmo tempo – o que é chamado de comorbidade. Isto acaba tornando o processo de diagnóstico ainda mais complexo. Comorbidades precisam ser contempladas nos tratamentos, para alcançar os resultados esperado. Justamente por isto, é preciso ir além de uma simples lista de sintomas, até alcançar a uma análise extensa do caso.

TDAH tem cura?

TDAH não é uma “doença”, no sentido literal de algo que se “pega”, para depois ser tratado e resolvido definitivamente. O TDAH é uma síndrome – um conjunto de sintomas – com causas multi-fatoriais, entre eles a base orgânica neurológica, a história pessoal de desenvolvimento familiar, o estilo de vida, as circunstâncias presentes, entre outras. Por isto, não existe uma solução única e definitiva para os problemas. Apesar desta complexidade, há diversas alternativas de tratamento, que podem aliviar os sintomas, melhorando muito a qualidade de vida. Mesmo que não possa ser “curado”, o TDAH pode – e deve – ser bem gerenciado.

Por: Dr. Renato Barra / Categoria: Destaque Notícias

8 de julho de 2016

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