Lapsos de memória, repetição das mesmas perguntas e dificuldade para encontrar caminhos até então conhecidos estão entre os sintomas mais recorrentes da Doença de Alzheimer, uma doença neurodegenerativa que afeta funções cognitivas, como memória e fala.
De acordo com a Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz), no país, cerca de 1,2 milhão de pessoas convivem com o transtorno, mas, mesmo assim, ainda há muitos mitos e desinformação sobre o problema.
Apesar de ainda não ter cura para a doença, a medicina tem avançado em relação a tratamentos que proporcionam ao paciente uma qualidade de vida melhor, mesmo na fase grave. Ao longo deste artigo, vamos explicar um pouco sobre o Alzheimer e, se perceber sintomas em seu próprio comportamento ou de algum familiar, procure ajuda médica. O diagnóstico precoce é fundamental para retardar o avanço da doença.
O que é Alzheimer?
A Doença de Alzheimer é um transtorno neurodegenerativo que causa perda cognitiva e de memória, comprometendo atividades do dia a dia do paciente. Trata-se de uma doença progressiva e que pode apresentar tanto sintomas neuropsiquiátricos como comportamentais.
Apesar de ser geralmente relacionado a idosos, o transtorno pode afetar pessoas mais jovens. No Alzheimer de início precoce, os sintomas podem aparecer por volta dos 40 anos; já no Alzheimer de início tardio, a doença afeta pessoas acima dos 65 anos.
Causas
A causa para a doença ainda é desconhecida, mas pesquisadores acreditam que, na maior parte dos casos, há uma combinação de fatores genéticos e de estilo de vida. Entre os fatores de risco para o Alzheimer, estão:
- Histórico familiar: o risco é maior se familiares de primeiro grau — como pais ou irmãos — têm a doença.
- Idade: esse é o principal fator de risco conhecido e as chances de desenvolver a doença costumam aumentar após os 65 anos.
- Baixo estímulo intelectual: sabe-se que executar atividades intelectuais mais complexas, estimulando constantemente o cérebro é uma das formas de prevenção da doença.
- Estilo de vida: sedentarismo, obesidade, tabagismo, pressão alta, colesterol alto, diabetes tipo 2 mal controlada e uma alimentação sem frutas e vegetais podem aumentar os riscos de desenvolver Alzheimer.
Sintomas
Identificar os primeiros sinais da doença pode ser uma tarefa difícil, afinal, quem nunca esqueceu o nome de algum conhecido ou o lugar onde estacionou o carro? No entanto, a perda de memória relacionada ao Alzheimer é recorrente e vai piorando ao longo do tempo.
Fazer afirmações e perguntas repetidamente, sem lembrar que já foram feitas, perder-se em lugares conhecidos e esquecer nomes de familiares ou objetos do dia a dia estão entre os sinais de alerta, assim como apatia, desconfiança, irritabilidade e delírios.
Veja, a seguir, os quatro estágios da doença e seus sintomas, de acordo com o Ministério da Saúde:
- Estágio 1 (inicial): alterações na memória, na personalidade e nas habilidades visuais e espaciais.
- Estágio 2 (moderado): dificuldade para falar, realizar tarefas simples e coordenar movimentos, agitação e insônia.
- Estágio 3 (grave): resistência à execução de tarefas diárias, incontinência urinária e fecal, dificuldade para comer, deficiência motora progressiva.
- Estágio 4 (terminal): restrição ao leito, deixa de falar, dor para comer, infecções intercorrentes.
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Prevenção
Como não há uma forma de prevenção específica para a Doença de Alzheimer, a recomendação dos médicos é manter o cérebro ativo. E aqui, um alerta especial para filhos super protetores, que, na tentativa de “poupar” os pais idosos de algumas tarefas, acabam impedindo exercícios mentais importantes. Mesmo que você acompanhe seus pais ao banco, por exemplo, deixe que eles retirem o dinheiro, façam as contas e paguem despesas como luz, água e telefone. Trabalhar o cérebro para resolver problemas é uma das formas de exercitar os neurônios.
Além disso, ter hábitos de vida saudáveis auxilia na prevenção não só do Alzheimer, mas de uma série de outras doenças. Participar de atividades em grupo, evitar cigarro e álcool, praticar atividades físicas e alimentar-se bem estão entre as recomendações.
Tratamento
Mesmo sem ter ainda uma cura para o transtorno, a Medicina conta com medicamentos capazes de minimizar os sintomas e, assim, oferecer uma melhor qualidade de vida ao paciente com Alzheimer. Através do Programa de Medicamentos Excepcionais do SUS, é possível ter acesso gratuito aos principais remédios utilizados para o tratamento da doença.
Além disso, pesquisadores têm avançado na busca de maior entendimento sobre o Alzheimer, lançando uma luz sobre novas formas de tratamento. No ano passado, a revista científica Nature Medicine publicou um estudo desenvolvido por cientistas da Universidade Federal do Rio de Janeiro, em parceria com a Queen’s University, no Canadá, que citou a prática de exercícios físicos como fundamental para tratar e até prevenir o Alzheimer.
De acordo com os pesquisadores, quando estamos praticando atividades físicas, nossos músculos produzem um hormônio chamado irisina, que pode restaurar a memória afetada pela doença. O estudo revelou que pessoas com Alzheimer têm menos irisina no cérebro, prejudicando a comunicação entre os neurônios e a formação de memórias. Com essa descoberta, cientistas estudam, agora, a possibilidade de desenvolver medicamentos à base de irisina, pois as drogas utilizadas atualmente têm efeitos temporários.
Diagnóstico
Histórias que se repetem: a família observa os esquecimentos do idoso, mas imagina que seja algo normal da idade, ou o próprio paciente percebe os sintomas, mas acaba os escondendo por vergonha. Essa combinação de equívocos tende a atrasar o diagnóstico do Alzheimer e, com isso, impede o início do tratamento nas fases iniciais da doença.
Por isso, é essencial que a os familiares estejam atentos e, ao identificar algo incomum, encaminhem o idoso ao atendimento médico. A Medicina Nuclear oferece meios de identificar o Alzheimer de forma precoce, através de exames de imagem para avaliação neurológica do paciente.
Assista ao vídeo para saber o que o Dr. Renato Barra, médico do Imeb e especialista em Medicina Nuclear, tem a dizer sobre o diagnóstico do Alzheimer:
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