Dia Mundial do Alzheimer: saiba mais sobre a doença que afeta cerca de 30 milhões de pessoas
Trinta milhões de pessoas no mundo sofrem de Alzheimer, uma doença cujo diagnóstico melhorou mas que continua sem um tratamento para curá-la, afirmam os especialistas. De causa ainda desconhecida, a doença neurodegenerativa afeta os neurônios, provocando a perda progressiva das capacidades cognitivas dos pacientes. No dia 21 de setembro, é celebrado o Dia Mundial do Alzheimer, que alerta para o problema. Saiba mais sobre a doença:
O que é o Alzheimer?
Descrita pela primeira vez em 1906 pelo médico alemão Alois Alzheimer, esta doença neurodegenerativa causa uma deterioração progressiva das capacidades cognitivas do paciente, até chegar à perda total da autonomia.
Os principais sintomas são esquecimentos recorrentes, problemas de orientação e alterações das funções executivas, por exemplo não se lembrar de como utilizar o telefone.
Após o aparecimento desses sintomas, deve-se consultar um médico ou um centro especializado, onde vários exames neuropsicológicos permitirão diagnosticar ou descartar a doença.
Quantos doentes há?
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), há cerca de 47 milhões de pessoas que sofrem de demência no mundo, dos quais 60% a 70% têm Alzheimer, o que representa de 28 milhões a 33 milhões de pessoas. A cada ano, são registrados 9,9 milhões de novos casos de demências.
Qual é a causa?
Na maioria dos casos, a causa principal é desconhecida, segundo Stéphane Epelbaum, neurologista do hospital parisiense Pitié-Salpêtrière.
—Não sabemos porque em algumas pessoas os neurônios começam a se degenerar e em outras, não — Mas “se conhece cada vez melhor a sequência de acontecimentos que leva a esta degeneração”, afirma.
Quais são os fatores de risco?
A idade “é o maior fator de risco conhecido”, segundo a OMS. Estima-se que a partir dos 85 anos, uma em cada quatro mulheres e um em cada cinco homens terão Alzheimer. A partir dos 65 anos, o risco de desenvolver a doença dobra a cada cinco anos.
Esta doença não deve, no entanto, ser considerada uma consequência inevitável da velhice. Só em 1% dos casos existe um fator hereditário, com um aparecimento precoce, por volta dos 60 anos ou inclusive antes.
Para o resto dos casos, alguns estudos apontam como fatores de risco o sedentarismo, obesidade, diabetes, hipertensão arterial, tabaco, álcool e alimentação desequilibrada. Depressão, nível baixo de escolaridade, isolamento social e ausência de atividade intelectual também são citadas pela OMS como condições favoráveis ao desenvolvimento da doença.
Como é feito o diagnóstico?
Durante muitos anos, diagnosticar o mal de Alzheimer era uma tarefa difícil, e com frequência a doença só era confirmada após a morte do paciente. Mas hoje existem métodos eficazes de diagnóstico.
Primeiramente, o paciente é submetido a um exame clínico, com testes com perguntas para detectar transtornos cognitivos, explica Epelbaum. Para confirmar a doença, os médicos podem recorrer à Imagem por Ressonância Magnética ou à Tomografia por Emissão de Pósitrons, a fim de visualizar as modificações no cérebro. Também há a possibilidade de realizar punções lombares para detectar alguns marcadores da doença.
Qual é o tratamento?
Não há nenhum tratamento para curar o Alzheimer. “Muitas estratégias terapêuticas estão atualmente em fase de pesquisa”, segundo a Fundação para a Pesquisa Médica da França.
Há medicamentos para eliminar as lesões cerebrais características do Alzheimer – as placas amiloides -, mas estes são ineficazes para deter o avanço da doença.
— No futuro, os tratamentos provavelmente consistirão (…) na associação de vários medicamentos para agir contra as diferentes disfunções que a doença provoca — segundo Epelbaum.
FONTE: https://gauchazh.clicrbs.com.br/saude/vida/noticia/2017/09/dia-mundial-do-alzheimer-saiba-mais-sobre-a-doenca-que-afeta-cerca-de-30-milhoes-de-pessoas-9907702.html
Por: Dr. Renato Barra / Categoria: Neurologia
21 de setembro de 2017