A RMmp combina informações anatômicas de sequências ponderadas em T1 e T2 com informações funcionais das imagens pesadas em difusão (DWI) e curva de realce dinâmico pós-contraste (DCE). Em algumas situações, outras técnicas como a espectroscopia de pósitrons podem ser empregadas.
A detecção e localização de neoplasia prostática clinicamente significante em pacientes com biópsia negativa ou sem uma biópsia prévia é o principal objetivo da RMmp.
Neoplasia prostática clinicamente significante foi definida na histologia como escore de Gleason ≥ 7 (incluindo 3+4 com proeminente, mas não predominante, componente Gleason 4) e/ou volume ≥ 0.5 mL e/ou extensão extraprostática.
A interpretação e o relatório da RMmp devem ser feitos seguindo sistemas padronizados de pontuação, como o PIR-RADS (PI-RADS v2.1).
A fim de melhorar a acurácia e reprodutibilidade da RMmp, algumas considerações clínicas (tempo da RM após a biópsia, preparo do paciente e informação adequada), bem como especificações técnicas com respeito à força do campo magnético, escolha da bobina (endorretal x pélvica) e orientação dos parâmetros de sequência mais importantes, devem ser cumpridos.
As imagens ponderadas em T2 são usadas na avaliação da anatomia prostática, em particular da zona de transição (ZT).
Elas também detectam anormalidades na zona periférica (ZP), zona central (ZC) e estroma fibromuscular anterior da glândula e avalia extensão extraprostática e invasão das vesículas seminais.
As imagens pesadas em difusão refletem o movimento randômico de moléculas de água e adicionam um componente funcional chave à RMmp.
No que diz respeito ao PI-RADS, a difusão é usada como a avaliação primária da ZP da glândula, mas também pode destacar uma lesão focal da ZT se ela diferir da aparência de fundo predominante.
Elas também podem ajudar a diferenciar invasão da vesícula seminal de sangramento.
A curva de realce dinâmico pós-contraste adiciona um outro componente funcional à RMmp.
Ela serve como um componente secundário no PI-RADS (v2.1), elevando uma lesão categoria PI-RADS 3 para PI-RADS 4 se há um realce pós-contraste claramente apreciável.
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Prostate Imaging-Reporting and Data System (PI-RADS)
O PI-RADS (Prostate Imaging–Reporting and Data System) é um esquema de relatório estruturado para a RMmp na avaliação de suspeita de neoplasia de próstata em glândulas virgens de tratamento. A última versão foi publicada em 2019 e desenvolvida por um grupo reconhecido internacionalmente envolvendo o Colégio Americano de Radiologia (ACR) e a Sociedade Europeia de Radiologia Urogenital (ESUR).
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Uma combinação de achados de imagem (T2, difusão e curva de realce dinâmico) prediz a probabilidade de neoplasia clinicamente significante.
À cada lesão é atribuída um escore de 1 a 5 indicando a probabilidade de neoplasia clinicamente significante:
- PI-RADS 1: muito baixa probabilidade de neoplasia clinicamente significante
- PI-RADS 2: baixa probabilidade de neoplasia clinicamente significante
- PI-RADS 3: probabilidade intermediária de neoplasia clinicamente significante
- PI-RADS 4: alta probabilidade de neoplasia clinicamente significante
- PI-RADS 5: muito alta probabilidade de neoplasia clinicamente significante
- PI-RADS X: componente de exame tecnicamente inadequado ou não realizado
O PI-RADS v2.1 não contém recomendações de manejo, já que essas decisões também dependem de outros fatores, tais como PSA, história clínica, experiência local e particularidades do paciente. Entretanto, em geral, a biópsia deve ser considerada em lesões PI-RADS 4 ou 5, mas não em lesões PI-RADS 1 ou 2.
Lesão nodular na zona periférica direita com extensão extracapsular (seta vermelha) – com hipossinal T2 (imagem 1), curva de realce dinâmico positiva (imagem 2) e restrição à difusão (imagens 3 e 4).
PI-RADS 5 – Muito alta probabilidade de neoplasia clinicamente significante.
Lesões nodulares prostáticas (setas) com hipossinal T2 (imagens 1 e 2) e restrição à difusão (imagens 3 e 4), sem extensão extracapsular.
PI-RADS 4 – Alta probabilidade de neoplasia clinicamente significante.
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