Biópsia: indicações, como é feita, riscos e mais dúvidas esclarecidas
Mesmo sendo muito solicitada na medicina e comum para muitos diagnósticos, a biópsia ainda é um procedimento que gera medo, receio e muitas dúvidas em pacientes. Afinal, como é feito exatamente uma biópsia? Dói? Tem algum risco? Qual agulha é utilizada para coleta da amostra que será analisada?
Se essas são algumas das suas dúvidas e você deseja entender mais sobre o procedimento, continue acompanhando este artigo especial que preparamos para deixá-lo mais tranquilo sobre a biópsia.
Confira!
O que é Biópsia?
A biópsia é um tipo de procedimento cirúrgico frequentemente indicado para conferir se um tumor é maligno ou benigno. Para isso, é feita a colheita de uma amostra de tecidos ou de células do organismo para análise em laboratório.
Líquidos, secreções e outros materiais orgânicos também podem ser estudados por meio de uma biópsia.
O exame é muito utilizado na medicina pela avaliação detalhada que oferece para diagnóstico, além da sua variedade de aplicações (pode ser útil para a avaliação de quase todas as células do corpo).
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Por que uma Biópsia precisa ser feita?
Quase todos os órgãos ou componentes do corpo podem ser analisados. Mas há detalhes que não são fáceis de observar e somente a biópsia oferece um material adequado para a análise médica nesses casos.
Exames de imagem e bioquímicos não conseguem responder a problemas intracelulares, por exemplo. Então, muitas vezes, é preciso coletar tecidos e células para que se possa fazer uma análise microscópica.
Com a biópsia, é possível estudar desde uma verruga até câncer.
Ela é essencial para detectar problemas em estágio inicial, evitando, por exemplo, um câncer que seria identificado apenas em fase avançada.
Indicações e quais problemas a Biópsia ajuda a diagnosticar
É mais comum que a análise por biópsia seja solicitada quando há suspeita de problemas na morfologia das células, principalmente quando há possibilidade de tumores, como o câncer de mama, por exemplo.
Outras indicações de biópsia podem ser feitas para esclarecer algum diagnóstico sobre o qual ainda restem dúvidas, quando outros exames falharam em obter resultados precisos. É o caso, por exemplo, do câncer de ovário.
Ela pode até ajudar a identificar doenças infecciosas ou autoimunes e verificar a evolução de um tratamento.
Você conhece os procedimentos de Core Biopsy e Mamotomia? São tipos de biópsias mamárias que auxiliam no diagnóstico do câncer de mama.
O Dr. Renato, médico do IMEB, explica melhor sobre a questão no vídeo abaixo, assista:
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Quais são os tipos de Biópsia?
Os tipos de biópsias variam de acordo com o local a ser analisado, tipo do tecido que será coletado, profundidade necessária para avaliação e os instrumentos utilizados no procedimento. Em geral, os principais tipos de biópsias são:
- Biópsia Excisional: costuma ser utilizada para a coleta de lesões com limites bem marcados e mais superficiais, como manchas na pele, verrugas, linfonodos nas axilas ou virilhas. Nessa biópsia, geralmente remove-se toda a lesão suspeita para análise em laboratório.
- Biópsia Endoscópica: indicada para colher amostra de lesões localizadas dentro do organismo, como cólon, estômago e pulmão. Para fazer a colheita dos fragmentos para análise, é utilizado um aparelho endoscópico e uma pinça cirúrgica.
- Biópsia de Punção Aspirativa por Agulha Fina (PAFF): em geral, é indicada para examinar nódulos da tireoide ou nas mamas. Após a identificação dos nódulos com palpação no local, o médico utiliza uma agulha fina para aspirar o fragmento do tecido suspeito que será encaminhado para análise em laboratório.
- Core Biópsia (ou Biópsia de Agulha Grossa): ao contrário da PAFF, utiliza uma agulha mais grossa para fazer a coleta do material a ser analisado, juntamente com uma pistola específica para o exame. Costuma ser indicada quando há suspeitas nas mamas, rins, pulmão e fígado.
- Biópsia Assistida a Vácuo: trata-se de um tipo de biópsia em que a amostra a ser analisada é coletada por meio de sucção a vácuo. Para essa coleta, também é utilizada uma agulha grossa (mais espessa que a da Core Biópsia). Geralmente, é solicitada para avaliar suspeita de câncer de mama.
- Biópsia Guiada por Imagem: quando o procedimento é feito utilizando equipamentos de imagem para orientar a coleta do material, como ultrassom ou tomografia. Um exemplo desse tipo de biópsia é a Mamotomia por Ecografia. Essa biópsia utiliza agulhas PAFF ou Core para colher a amostra e costuma ser indicada para examinar tecidos mais profundos do corpo, de difícil acesso.
- Biópsia de Aspiração: em geral, é indicada para coletar fragmentos de partes do organismo compostas por tecidos sólidos e líquidos, como a medula óssea. Nesse caso, a parte líquida é aspirada e depois utiliza-se uma agulha especial para colher a amostra da parte sólida que se deseja analisar.
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Como é feito o exame de Biópsia?
A biópsia é um procedimento simples que pode ser feito até em um ambulatório. Apenas em poucos casos uma internação pode ser necessária. Geralmente, a coleta do material é feita em cima da lesão, sendo que o médico avaliará a extensão do material a ser colhido e a melhor área para ser retirada.
Após a coleta do material, as células ou tecidos são então conservados em formol e enviados para um laboratório de patologia.
Podem ser retirados materiais externos, como na pele e em mucosas, por endoscopia ou durante uma cirurgia, a lesão inteira ou apenas parte dela.
Um outro método de se colher células é aspirar com uma seringa. Geralmente são usados também agulhas, pinças ou bisturis.
Em caso de uma grande parte retirada, o tecido é colocado em parafina e fatiado milimetricamente para ser analisado no microscópio com a ajuda de corantes para realçar as células.
Biópsia dói?
A dor é relativa e pode variar de paciente para paciente. Existem pessoas que apresentam uma maior sensibilidade à dor e podem ficar mais incomodadas com o exame. Porém, de modo geral, a biópsia não dói nem causa grandes desconfortos, pois é um procedimento simples, na maioria dos casos.
Em algumas situações, a depender do local de onde será coletado a amostra e da necessidade do paciente, pode ser necessário administrar anestesia local ou sedação para evitar qualquer desconforto.
Dúvidas comuns
– Quanto tempo demora para sair o resultado de uma biópsia?
O tempo de liberação dos resultados de uma biópsia é variável, pois depende da suspeita médica, da amostra examinada e da disponibilidade do laboratório que irá realizar a análise.
Existem biópsias, por exemplo, que são feitas em materiais que necessitam de técnicas especiais para serem analisados da melhor forma, como o uso de colorações específicas, cortes diferenciados, tratamentos químicos de imuno-histoquímica e imunofluorescência, o que tende a aumentar o tempo para a liberação de um laudo final.
É importante checar no local de realização da biópsia qual a previsão para sair os resultados.
– Biópsia precisa de repouso?
Depende do tipo de biópsia. Biópsias com agulhas finas, a vácuo ou guiadas por imagem geralmente não necessitam de repouso, apenas cuidados com os curativos. Já para biópsias cirúrgicas ou realizadas com agulhas grossas costuma ser recomendado repouso e evitar esforço físico por pelo menos 24h.
O repouso nesses casos ajuda a evitar possíveis inchaços ou dores após o procedimento.
Além disso, os cuidados pós-biópsia também podem envolver o uso de compressas de gelo na região (para evitar hematomas).
Há algum risco no procedimento?
Graças à tecnologia, hoje as biópsias estão menos invasivas, com técnicas mais precisas e menor quantidade de material retirado. Ainda assim, é importante que seu médico te informe sobre a importância dos exames, bem como seus riscos.
Você deve ter total liberdade para sanar todas as dúvidas com ele e fazer o procedimento com mais segurança.
A informação é uma grande aliada para resolver as dúvidas de saúde e, assim, acabar com as inseguranças e os mitos.
Por isso, ajude seus amigos e familiares que precisam passar por uma biópsia. Compartilhe com eles estas informações relevantes e os aconselhe sempre a conversar com um médico.
Leia também: O que considerar para obter confiança em um diagnóstico?
Caso necessite marcar um exame, agende aqui.
Por: Dr. Renato Barra / Categoria: Combate ao câncer
1 de setembro de 2018