PET/CT com PSMA no Câncer de Próstata | IMEB

PET/CT com PSMA no Câncer de Próstata

O câncer de próstata é a doença neoplásica de maior incidência em homens no Brasil, excluindo-se os cânceres de pele não melanoma, com previsão de incidência de 62,95 casos por ano a cada 100 mil homens no período de 2020-2022, ou seja, 65840 vidas acometidas, segundo projeção do INCA. 

Até 2015, no Brasil, a utilidade da medicina nuclear se limitava ao rastreamento das metástases ósseas através da cintilografia óssea, que podem ocorrer em algum momento na evolução da doença. Neste mesmo ano, iniciamos no IMEB, e também no Brasil, um novo método diagnóstico, que provou ser mais acurado na localização das células neoplásicas do câncer de próstata em diversos cenários da doença, só perdendo para a ressonância multiparamétrica na avaliação local da doença, mas podendo ser superior em algumas situações específicas.

A primeira situação em que o PET-PSMA mostrou-se eficaz foi na avaliação de recidiva bioquímica do câncer de próstata. Em trabalho realizado junto com a oncologia de Brasília e apresentado na ASCO-GU de 2019 em San Francisco/Califórnia, mostramos que em 276 casos avaliados, o estudo foi positivo conforme maior era o nível do PSA no momento da avaliação.

PSA Estudos positivos %
Até 0,49 29/67 43,3
0,5 a 0,99 33/46 71.7
1,0 a 1,99 32/36 88,9
> 1,99 122/127 96,1

Em 114 casos foi possível correlacionar o PSA e o escore de Gleason:

PSA e Gleason Estudos positivos %
Até 0,49 e G < 4+3 5/21 24
Até 0,49 e G > 3+4 9/16 56
0,5 a 0,99 e G < 4+3 2/9 22
0,5 a 0,99 e G > 3+4 8/10 80
1,0 a 1,99 e G < 4+3 5/7 71
1,0 a 1,99 e G > 3+4 7/7 100
> 1,99 e G < 4+3 17/18 94
> 1,99 e G > 3+4 26/26 100

Portanto, se usarmos os dois critérios juntos na hora de decidirmos pela solicitação do PET/CT com PSMA, aumentamos muito a chance de localizarmos o foco de recidiva da doença, o que será de singular importância na tomada de conduta.

Uma outra boa possibilidade de utilização do PET/CT com PSMA é na avaliação da doença inicial em pacientes de moderado/alto risco. Em 191 casos avaliado em nosso serviço conseguimos identificar doença extra prostática em mais de 20% para o risco moderado e mais de 60% no alto risco. 

Hoje já temos em nossos arquivos mais de 1100 exames realizados, tendo sido bastante útil da avaliação de recidiva bioquímica e no estadiamento inicial da doença em casos selecionados, mas também na avaliação de resposta aos tratamentos propostos.

Para tirar suas dúvidas sobre o câncer de próstata veja também:

PET/CT com PSMA: exame fundamental no tratamento do câncer de próstata

3 exames para detectar o Câncer de Próstata e quando realizá-los

Exame de Próstata (toque retal): como é feito e com quantos anos fazer?

Por: Dr. Renato Barra / Categoria: Saúde do Homem

14 de dezembro de 2020

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