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gordura no figado
Por: Dr. Renato Barra

Gordura no fígado: Como tratar?

A gordura no fígado, também conhecida como esteatose hepática, é uma condição que ocorre quando há um acúmulo de gordura nas células hepáticas.

Este problema de saúde, muitas vezes associado a hábitos de vida modernos, como alimentação inadequada, sedentarismo e obesidade, pode ter consequências sérias se não for tratado de forma adequada. 

Neste artigo, você vai entender o que é a gordura no fígado, quais os principais sintomas dessa condição e como tratar o problema.

Acompanhe!

O que é a gordura no fígado e quais os seus riscos?

O fígado é um dos órgãos mais importantes do corpo humano e desempenha diversas funções vitais para a nossa saúde e bem-estar. 

Localizado na parte superior direita do abdômen, logo abaixo do diafragma, o fígado é responsável pela produção de bile e proteínas importantes para a coagulação sanguínea, metabolização de nutrientes (como carboidratos, proteínas, gorduras) e medicamentos, armazenamento de glicose, vitaminas e minerais, além de remover as toxinas do organismo.

A capacidade de regeneração do fígado é poderosa, mas essa habilidade pode ser comprometida quando o órgão está sobrecarregado de gordura.

Tal gordura no fígado, também conhecida como esteatose hepática, é uma condição em que há um acúmulo excessivo de gordura nas células hepáticas. Vale a pena ressaltar que é normal haver presença de gordura no fígado, mas isso se torna um problema quando o índice chega a 5% ou mais.

A esteatose hepática é classificada em dois tipos principais: alcoólica e não alcoólica

A primeira é causada pelo consumo excessivo de álcool, enquanto a segunda, também conhecida como doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA), está associada a fatores de risco como obesidade, diabetes tipo 2, sedentarismo e colesterol alto. 

Se não tratada, a gordura no fígado pode levar a inflamação (esteato-hepatite), fibrose (cicatrização) e até quadros mais graves, como a cirrose, uma condição irreversível onde o tecido hepático saudável é substituído por tecido cicatricial, o que compromete severamente a função do fígado. 

Em casos extremos, a inflamação pode evoluir para câncer de fígado.

Sintomas de gordura no fígado

Sintomas de gordura no fígado

A gordura no fígado muitas vezes é assintomática em sua fase inicial, o que torna a condição difícil de ser detectada de forma precoce. No entanto, à medida que a doença progride, alguns sintomas começam a surgir, como:

  • Fadiga e cansaço excessivo. 
  • Fraqueza.
  • Dor ou desconforto no abdômen superior direito.
  • Dor de cabeça constante. 
  • Perda de apetite.
  • Perda de peso inexplicada.
  • Náusea e vômitos. 
  • Inchaço no abdômen (ascite).

Nos casos mais graves da doença, o paciente pode apresentar icterícia (amarelamento da pele e dos olhos), hemorragias, fezes sem cor, inchaço nos pés e pernas e alterações no sono, entre outros sintomas.

Principais causas da gordura no fígado

O alto índice de gordura no fígado pode ser provocado por diversos fatores, geralmente relacionados à fatores genéticos, ambientais e nutricionais. As principais causas desse problema são:

Consumo excessivo de álcool

O consumo excessivo de álcool é a causa da esteatose hepática alcoólica. Isso porque, o álcool afeta diretamente o metabolismo das gorduras no fígado, o que leva ao acúmulo da substância nas células hepáticas.

Alimentação inadequada

Uma dieta rica em gorduras saturadas, açúcares e carboidratos refinados é uma das principais causas da esteatose hepática não alcoólica, já que o consumo excessivo de calorias leva ao acúmulo de gordura no fígado, especialmente em indivíduos com predisposição genética para o problema.

Sedentarismo

A falta de atividade física regular é outro fator que contribui bastante para o desenvolvimento da gordura no fígado.

Obesidade 

O excesso de peso é uma das principais causas da gordura no fígado. De acordo com o Ministério da Saúde, a obesidade é responsável por 60% dos casos de esteatose hepática não alcoólica.

Diabetes tipo 2

A diabetes tipo 2 é um dos maiores fatores de risco para esteatose hepática. Isso porque, a resistência à insulina, característica do diabetes, pode levar ao acúmulo de gordura no fígado.

Medicamentos

Alguns medicamentos, como corticosteroides, estrógeno, amiodarona, antirretrovirais, diltiazem e tamoxifeno, podem causar esteatose hepática como efeito colateral.

>> Veja também: Dor no nervo ciático: como aliviar sintomas

Importância do diagnóstico precoce

O diagnóstico precoce da gordura no fígado é fundamental para prevenir a progressão da doença e evitar complicações graves.

No entanto, como dito acima, a esteatose hepática é assintomática em seus estágios iniciais. Por isso, o problema costuma ser detectado em exames de rotina.

Geralmente, o diagnóstico de gordura no fígado é feito por meio de exames de sangue (utilizados para analisar a função hepática) e, principalmente, exames de imagem, que permitem detectar alterações no órgão e avaliar a extensão do problema.

Os principais exames de imagem utilizados para o diagnóstico da esteatose hepática são:

Ultrassonografia

A ultrassonografia é um exame não invasivo e costuma ser o primeiro procedimento solicitado para avaliar a esteatose hepática devido à sua simplicidade e custo relativamente baixo. 

Durante o exame, o médico utiliza um transdutor para enviar ondas sonoras ao fígado e gerar imagens detalhadas do órgão.

Tomografia Computadorizada

A tomografia computadorizada é um exame mais detalhado que utiliza raios X para criar imagens transversais do fígado e fornecer informações precisas sobre a quantidade de gordura presente no órgão, além de identificar possíveis complicações, como a fibrose.

Ressonância Magnética

A ressonância magnética é outro exame de imagem avançado que utiliza campos magnéticos e ondas de rádio para criar imagens detalhadas do fígado, muito útil para evitar que a fibrose se estabeleça no órgão, além de contribuir na detecção de tumores.

Elastografia Hepática

A elastografia hepática é um exame não invasivo e indolor que mede a rigidez do fígado e permite avaliar o grau de fibrose no órgão.

Tratamento da gordura no fígado

Não existe um tratamento específico para a gordura no fígado, mas é possível diminuir o índice de lipídios no órgão através de mudanças profundas no estilo de vida. As principais estratégias de tratamento incluem:

Alterações na dieta

Adotar uma dieta equilibrada e saudável é fundamental para reduzir a gordura no fígado. Para isso, é recomendado uma alimentação rica em frutas, vegetais, grãos integrais, proteínas magras e gorduras saudáveis, como as encontradas em peixes, nozes e azeite de oliva. Além disso, é essencial evitar alimentos ricos em gorduras saturadas, açúcares e carboidratos refinados.

Atividades físicas

A prática regular de atividade física ajuda a reduzir a gordura no fígado e melhora a saúde geral. Exercícios aeróbicos, como caminhar, correr, nadar ou andar de bicicleta, são eficazes no controle da esteatose hepática. 

Recomenda-se pelo menos 150 minutos de exercício moderado por semana.

Controle do peso

A perda de peso gradual e sustentada é uma das formas mais eficazes de tratar a esteatose hepática. A redução de 5% a 10% no peso corporal tem um impacto expressivo na diminuição da gordura no fígado.

Medicamentos

Em alguns casos, o médico pode prescrever medicamentos para tratar a gordura no fígado, especialmente se houver presença de inflamação ou fibrose. Além disso, remédios para controlar a diabetes, colesterol e triglicerídeos elevados podem ser utilizados para melhorar a saúde hepática.

Importância do acompanhamento médico regular

Uma das maneiras mais eficazes de monitorar a saúde do fígado e garantir que o tratamento da esteatose hepática esteja trazendo resultados positivos é o acompanhamento médico regular.

Dessa forma, o gastroenterologista ou hepatologista poderá solicitar exames de imagem periódicos para avaliar a quantidade de gordura no fígado e detectar possíveis complicações. 

Exames de sangue também podem ser requisitados para verificar os marcadores de função hepática e monitorar a saúde do fígado.

As consultas médicas também permitem ajustar o plano de tratamento conforme necessário e fornecer orientação sobre mudanças no estilo de vida que ajudam na melhora da saúde hepática. 

É importante que pacientes com esteatose hepática sigam as recomendações de tratamento e realizem os exames solicitados a fim de prevenir a progressão da doença.

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