A gordura no fígado, também conhecida como esteatose hepática, é uma condição que ocorre quando há um acúmulo de gordura nas células hepáticas.
Este problema de saúde, muitas vezes associado a hábitos de vida modernos, como alimentação inadequada, sedentarismo e obesidade, pode ter consequências sérias se não for tratado de forma adequada.
Neste artigo, você vai entender o que é a gordura no fígado, quais os principais sintomas dessa condição e como tratar o problema.
Acompanhe!
O que é a gordura no fígado e quais os seus riscos?
O fígado é um dos órgãos mais importantes do corpo humano e desempenha diversas funções vitais para a nossa saúde e bem-estar.
Localizado na parte superior direita do abdômen, logo abaixo do diafragma, o fígado é responsável pela produção de bile e proteínas importantes para a coagulação sanguínea, metabolização de nutrientes (como carboidratos, proteínas, gorduras) e medicamentos, armazenamento de glicose, vitaminas e minerais, além de remover as toxinas do organismo.
A capacidade de regeneração do fígado é poderosa, mas essa habilidade pode ser comprometida quando o órgão está sobrecarregado de gordura.
Tal gordura no fígado, também conhecida como esteatose hepática, é uma condição em que há um acúmulo excessivo de gordura nas células hepáticas. Vale a pena ressaltar que é normal haver presença de gordura no fígado, mas isso se torna um problema quando o índice chega a 5% ou mais.
A esteatose hepática é classificada em dois tipos principais: alcoólica e não alcoólica.
A primeira é causada pelo consumo excessivo de álcool, enquanto a segunda, também conhecida como doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA), está associada a fatores de risco como obesidade, diabetes tipo 2, sedentarismo e colesterol alto.
Se não tratada, a gordura no fígado pode levar a inflamação (esteato-hepatite), fibrose (cicatrização) e até quadros mais graves, como a cirrose, uma condição irreversível onde o tecido hepático saudável é substituído por tecido cicatricial, o que compromete severamente a função do fígado.
Em casos extremos, a inflamação pode evoluir para câncer de fígado.
Sintomas de gordura no fígado
A gordura no fígado muitas vezes é assintomática em sua fase inicial, o que torna a condição difícil de ser detectada de forma precoce. No entanto, à medida que a doença progride, alguns sintomas começam a surgir, como:
- Fadiga e cansaço excessivo.
- Fraqueza.
- Dor ou desconforto no abdômen superior direito.
- Dor de cabeça constante.
- Perda de apetite.
- Perda de peso inexplicada.
- Náusea e vômitos.
- Inchaço no abdômen (ascite).
Nos casos mais graves da doença, o paciente pode apresentar icterícia (amarelamento da pele e dos olhos), hemorragias, fezes sem cor, inchaço nos pés e pernas e alterações no sono, entre outros sintomas.
Principais causas da gordura no fígado
O alto índice de gordura no fígado pode ser provocado por diversos fatores, geralmente relacionados à fatores genéticos, ambientais e nutricionais. As principais causas desse problema são:
Consumo excessivo de álcool
O consumo excessivo de álcool é a causa da esteatose hepática alcoólica. Isso porque, o álcool afeta diretamente o metabolismo das gorduras no fígado, o que leva ao acúmulo da substância nas células hepáticas.
Alimentação inadequada
Uma dieta rica em gorduras saturadas, açúcares e carboidratos refinados é uma das principais causas da esteatose hepática não alcoólica, já que o consumo excessivo de calorias leva ao acúmulo de gordura no fígado, especialmente em indivíduos com predisposição genética para o problema.
Sedentarismo
A falta de atividade física regular é outro fator que contribui bastante para o desenvolvimento da gordura no fígado.
Obesidade
O excesso de peso é uma das principais causas da gordura no fígado. De acordo com o Ministério da Saúde, a obesidade é responsável por 60% dos casos de esteatose hepática não alcoólica.
Diabetes tipo 2
A diabetes tipo 2 é um dos maiores fatores de risco para esteatose hepática. Isso porque, a resistência à insulina, característica do diabetes, pode levar ao acúmulo de gordura no fígado.
Medicamentos
Alguns medicamentos, como corticosteroides, estrógeno, amiodarona, antirretrovirais, diltiazem e tamoxifeno, podem causar esteatose hepática como efeito colateral.
>> Veja também: Dor no nervo ciático: como aliviar sintomas
Importância do diagnóstico precoce
O diagnóstico precoce da gordura no fígado é fundamental para prevenir a progressão da doença e evitar complicações graves.
No entanto, como dito acima, a esteatose hepática é assintomática em seus estágios iniciais. Por isso, o problema costuma ser detectado em exames de rotina.
Geralmente, o diagnóstico de gordura no fígado é feito por meio de exames de sangue (utilizados para analisar a função hepática) e, principalmente, exames de imagem, que permitem detectar alterações no órgão e avaliar a extensão do problema.
Os principais exames de imagem utilizados para o diagnóstico da esteatose hepática são:
Ultrassonografia
A ultrassonografia é um exame não invasivo e costuma ser o primeiro procedimento solicitado para avaliar a esteatose hepática devido à sua simplicidade e custo relativamente baixo.
Durante o exame, o médico utiliza um transdutor para enviar ondas sonoras ao fígado e gerar imagens detalhadas do órgão.
Tomografia Computadorizada
A tomografia computadorizada é um exame mais detalhado que utiliza raios X para criar imagens transversais do fígado e fornecer informações precisas sobre a quantidade de gordura presente no órgão, além de identificar possíveis complicações, como a fibrose.
Ressonância Magnética
A ressonância magnética é outro exame de imagem avançado que utiliza campos magnéticos e ondas de rádio para criar imagens detalhadas do fígado, muito útil para evitar que a fibrose se estabeleça no órgão, além de contribuir na detecção de tumores.
Elastografia Hepática
A elastografia hepática é um exame não invasivo e indolor que mede a rigidez do fígado e permite avaliar o grau de fibrose no órgão.
Tratamento da gordura no fígado
Não existe um tratamento específico para a gordura no fígado, mas é possível diminuir o índice de lipídios no órgão através de mudanças profundas no estilo de vida. As principais estratégias de tratamento incluem:
Alterações na dieta
Adotar uma dieta equilibrada e saudável é fundamental para reduzir a gordura no fígado. Para isso, é recomendado uma alimentação rica em frutas, vegetais, grãos integrais, proteínas magras e gorduras saudáveis, como as encontradas em peixes, nozes e azeite de oliva. Além disso, é essencial evitar alimentos ricos em gorduras saturadas, açúcares e carboidratos refinados.
Atividades físicas
A prática regular de atividade física ajuda a reduzir a gordura no fígado e melhora a saúde geral. Exercícios aeróbicos, como caminhar, correr, nadar ou andar de bicicleta, são eficazes no controle da esteatose hepática.
Recomenda-se pelo menos 150 minutos de exercício moderado por semana.
Controle do peso
A perda de peso gradual e sustentada é uma das formas mais eficazes de tratar a esteatose hepática. A redução de 5% a 10% no peso corporal tem um impacto expressivo na diminuição da gordura no fígado.
Medicamentos
Em alguns casos, o médico pode prescrever medicamentos para tratar a gordura no fígado, especialmente se houver presença de inflamação ou fibrose. Além disso, remédios para controlar a diabetes, colesterol e triglicerídeos elevados podem ser utilizados para melhorar a saúde hepática.
Importância do acompanhamento médico regular
Uma das maneiras mais eficazes de monitorar a saúde do fígado e garantir que o tratamento da esteatose hepática esteja trazendo resultados positivos é o acompanhamento médico regular.
Dessa forma, o gastroenterologista ou hepatologista poderá solicitar exames de imagem periódicos para avaliar a quantidade de gordura no fígado e detectar possíveis complicações.
Exames de sangue também podem ser requisitados para verificar os marcadores de função hepática e monitorar a saúde do fígado.
As consultas médicas também permitem ajustar o plano de tratamento conforme necessário e fornecer orientação sobre mudanças no estilo de vida que ajudam na melhora da saúde hepática.
É importante que pacientes com esteatose hepática sigam as recomendações de tratamento e realizem os exames solicitados a fim de prevenir a progressão da doença.
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