Hepatite: o que é, tipos, sintomas, diagnóstico e tratamento | IMEB

Hepatite: o que é, tipos, sintomas, diagnóstico e tratamento

Segundo dados do Ministério da Saúde (MS), os casos de hepatite no Brasil têm crescido com o passar dos anos. Foram mais de 580 mil casos registrados em 2017 e cerca de 30 mil novos diagnósticos realizados no ano seguinte.

Felizmente, também segundo dados divulgados pelo MS, o número de pacientes diagnosticados com a doença caiu cerca de 7% quando se considera os últimos 10 anos — entre 2008 e 2018.

Ainda assim, é preciso que se conheça as causas e os tipos da doença para preveni-la e detectá-la de forma precoce, de modo a diminuir ainda mais a incidência no Brasil.

Acompanhe o artigo e informe-se melhor sobre a doença!

Hepatite: o que é?

A hepatite é uma doença que se caracteriza pela inflamação do fígado. A doença é, na maioria das vezes, assintomática (não apresenta sintomas), sendo fundamental o conhecimento sobre os seus diferentes tipos para diagnosticá-la.

Vamos conhecer as causas, tipos e os principais fatores de risco a seguir.

O que causa a Hepatite?

A hepatite pode ser causada por diversos fatores, sendo os principais:

  • Causa viral;
  • Abuso de álcool, drogas e outras substâncias tóxicas;
  • Uso de determinados medicamentos;
  • Problemas no sistema imunológico.

Tipos de Hepatite (A, B, C, D, E, Alcoólica e Autoimune)

Dada a possibilidade da doença surgir por diversos fatores, considerou-se categorizá-las pelas primeiras letras do alfabeto, a fim de melhor identificar suas causas e prescrever um tratamento mais adequado. Os principais tipos de hepatite conhecidos são:

  • Hepatite A: doença infecciosa causada pelo vírus VHA e transmitida por via oral-fecal. Os principais fatores de risco para a hepatite A são: contato entre indivíduos, água contaminada, saneamento básico deficitário, frutos do mar crus ou mal cozidos, e demais alimentos que estejam contaminados por esse tipo.
  • Hepatite B: doença sexualmente transmissível, causada pelo vírus HBV. Os principais fatores de risco são: relações sexuais sem o uso de preservativo e compartilhamento de objetos que possam estar infectados, como lâmina de barbear, materiais de manicure e pedicure, seringas e materiais de tatuagem e piercings.
  • Hepatite C: considerada a hepatite mais perigosa, ela se torna crônica em cerca de 75% dos casos. Causada pelo vírus HCV, pode ser transmitida tanto sexualmente quanto pelo compartilhamento de objetos de higiene pessoal e objetos para confecção de tatuagens e piercings.
  • Hepatite D: também chamada de hepatite Delta, é causada pelo vírus VHD e está condicionada à presença do vírus da hepatite B. Nesse sentido, seus fatores de risco também estão relacionados às relações sexuais desprotegidas e ao compartilhamento de objetos de higiene pessoal ou daqueles usados para confecção de tatuagens e piercings.
  • Hepatite E: doença infeciosa causada pelo vírus VHE e transmitida por via oral-fecal. As causas e fatores de risco para essa doença são semelhantes ao da hepatite A: contato entre indivíduos, água e alimentos contaminados e saneamento básico deficitário.
  • Hepatite Alcoólica: tipo de hepatite causada pelo consumo abusivo de álcool, comprometendo o fígado de tal forma que pode levar à cirrose, caso a doença persista por mais de seis meses (tornando-se uma doença crônica).

A doença também pode ser causada por outros fatores, como o uso de alguns medicamentos fitoterápicos e até por um erro no sistema imunológico da pessoa, fazendo com que o organismo produza anticorpos que atacam o próprio fígado (hepatite autoimune).

Apenas o diagnóstico médico pode revelar qual é o tipo e determinar o tratamento mais adequado. Continue lendo o artigo para conhecer os principais sintomas e como é o tratamento da doença.

Qual é o tipo de hepatite mais grave?

O tipo de hepatite considerado mais grave e mais perigoso é a hepatite C, seguido pela hepatite B. Isso se deve porque a hepatite C é o tipo de hepatite que possui maiores chances de evoluir para um quadro crônico (em torno de 70% a 80% dos casos se agravam, segundo o Ministério da Saúde).

Além disso, não existe vacina para a hepatite C (ao contrário de outras hepatites) e a doença ainda pode piorar e levar ao desenvolvimento de quadros de cirrose (em 20% dos casos) e câncer de fígado (de 1% a 5% dos casos).

E, ainda, é importante ressaltar que a medicação utilizada para tratar a hepatite C costuma causar fortes efeitos colaterais e em muitos casos a doença pode permanecer assintomática por anos, o que colabora para torná-la o tipo de hepatite mais grave.

Qual tipo de hepatite é contagiosa?

Dentre os tipos conhecidos, a hepatite A é o tipo de hepatite considerada contagiosa. O contágio normalmente se dá por contato direto com água contaminada, folhas mal lavadas ou alimentos crus. Mas, também há casos de transmissão entre indivíduos.

Quais os principais sintomas da Hepatite?

Na maioria dos casos, a doença pode não apresentar sintomas, de modo que a pessoa fique sem saber que possui a doença se não realizar exames de diagnóstico. Entretanto, dentre os principais sintomas da hepatite que podem surgir, estão:

Como é feito o diagnóstico da Hepatite?

Para o correto diagnóstico da hepatite, faz-se necessário uma abordagem médica para verificar o histórico de sintomas do paciente, bem como analisar hábitos e estilo de vida, e fatores sociais e culturais que podem estar correlacionados ao surgimento da doença.

Dependendo de cada caso, podem ser necessários exames de sangue específicos (como o hepatograma, que é um exame que avalia o funcionamento do fígado) e marcadores da função hepática, bem como exames sorológicos para auxiliar na identificação da causa e do tipo da doença.

Leia também:

O que considerar para obter confiança em um diagnóstico?

Exames de imagem para avaliar o fígado também podem ser necessários, como a ultrassonografia, a tomografia computadorizada e a ressonância magnética.

Eles são eficazes, por exemplo, na avaliação do tamanho do fígado (que inflama devido à doença), na quantificação do depósito de gordura na região (em caso de esteatose hepática) e, ainda, para identificar possíveis tumores ou outras doenças advindas.

Nesse sentido, existem exames capazes de identificar de forma precoce e precisa doenças do fígado, como a Elastografia Hepática por Ressonância, muito útil na detecção da fibrose hepática. Este exame está disponível no IMEB.

Marque seu Exame - IMEB
Marque seu Exame no IMEB – Imagens Médicas de Brasília

Como tratar Hepatite? Conheça as opções de tratamento

O tratamento da hepatite não é específico — irá depender do tipo e causa da doença. Geralmente, recomenda-se o repouso e uma dieta equilibrada, até que os valores de análises hepáticas voltem ao normal — o que ocorre, na maioria das vezes, dentro de cinco semanas.

Entretanto, pode ser necessário o uso de medicamentos para os casos mais graves ou crônicos, na qual o acompanhamento médico é fundamental.

Lembre-se: a doença é assintomática na grande maioria dos casos. Por isso, é fundamental a realização de um check-up médico para preveni-la ou diagnosticá-la precocemente, tudo bem?

Para saber mais sobre o check-up médico, leia este artigo aqui:

Já programou seu check-up para este ano?

Hepatite tem cura?

As chances de cura irão depender do tipo de hepatite e do estado da doença. Hepatites A, B e C, por exemplo, podem ser curadas naturalmente pelo organismo, desde que não estejam em estado crônico e o tratamento seja seguido corretamente.

Porém, quando a hepatite se torna crônica, as chances de cura diminuem e o tratamento visa controlar a evolução da doença, para que não ocorra piora do quadro.

Deve-se ressaltar que é importante conversar com o médico especialista para avaliar as chances reais de cura da hepatite de acordo com o tipo da doença e o quadro específico de cada paciente.

Como prevenir a hepatite?

O primeiro passo para se prevenir da hepatite é garantir a vacina contra a doença (em especial, os tipos B e C), disponíveis gratuitamente nos serviços públicos de saúde, e que são recomendadas pelo Ministério da Saúde.

Para consultar as vacinas que devem ser tomadas de acordo com a faixa etária, consulte o Calendário Nacional de Vacinação.

Além das vacinas, você também pode adotar algumas práticas para evitar a doença. Conheça as principais a seguir:

  • Lave sempre as mãos, principalmente antes e depois das refeições e após usar o banheiro;
  • Lave os alimentos antes de consumi-los;
  • Evite o consumo de alimentos mal cozidos ou crus, principalmente frutos do mar, uma vez que podem ter tido contato com água contaminada com a doença (em especial, a hepatite A);
  • Evite o consumo abusivo de álcool;
  • Não compartilhe objetos de higiene pessoal (como escova de dente, objetos para manicure e pedicure, lâminas de barbear e de depilação);
  • Se for fazer uma tatuagem ou colocar piercing, certifique-se de que os materiais que serão utilizados são descartáveis, ou que foram devidamente esterilizados;
  • Mantenha uma dieta equilibrada;
  • Beba bastante água ao longo do dia;
  • Realize um check-up anualmente para acompanhar a sua saúde frequentemente.
imagem ilustrativa de infográfico sobre exames para mulheres
Baixe o Infográfico e conheça os exames que toda mulher deve fazer por faixa etária – IMEB (Imagens Médicas de Brasília)

Por: Dr. Renato Barra / Categoria: Saúde e Bem-estar

4 de setembro de 2019

Conteúdos Relacionados

Conteúdos Recomendados

DICAS DE SAÚDE

Receba Dicas de Saúde Atualizadas