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Pernilongo ou mosquito da dengue: como diferenciar?

A dengue é uma doença infecciosa, causada por um vírus e transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti. Pode causar febre, dores no corpo, manchas vermelhas na pele e, em alguns casos, complicações graves que podem levar à morte.

Atualmente, o Brasil vive uma explosão de casos de dengue. De janeiro até a primeira semana de março de 2024, foram registrados mais de 1 milhão de casos da doença, um aumento de 400% quando comparado com o mesmo período de 2023.

Diante desse cenário alarmante, é fundamental conhecer mais sobre o mosquito transmissor da dengue. Mas, como diferenciá-lo do pernilongo comum, já que os dois insetos são tão parecidos? 

Neste artigo, você vai conhecer as principais diferenças entre o pernilongo e o mosquito da dengue, além de saber mais informações sobre essa perigosa doença que preocupa as autoridades e a população em geral.

Acompanhe!

Por que é tão importante falar da dengue?

A dengue é uma das doenças mais importantes do ponto de vista de saúde pública no Brasil e no mundo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 390 milhões de pessoas se infectam anualmente pelo vírus da dengue, sendo que 96 milhões desenvolvem sintomas clínicos.

No Brasil, a dengue é endêmica em todas as regiões. Isso significa que ela ocorre de forma recorrente, mas sem aumento significativo de ocorrências. Entretanto, o início de 2024 foi marcado por uma explosão de casos da doença.

Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil registrou mais de 1,3 milhão de casos de dengue nas primeiras nove semanas de 2024, um aumento de quase 400% em relação ao mesmo período de 2023, quando foram diagnosticados 207.475 casos. Além disso, 363 mortes foram confirmadas e 763 estão em investigação. Nas oito primeiras semanas de 2023, foram 149 óbitos.

Esses números colocam o Brasil em alerta para uma possível epidemia de dengue em 2024, que pode ser a maior da história do país. O governo federal estima que o Brasil pode atingir até 5 milhões de casos de dengue neste ano, superando o recorde de 2015, quando houve 1,6 milhão de casos.

O alto índice seria resultado de uma combinação de fatores, como calor intenso, grande volume de chuvas e o ressurgimento dos sorotipos 3 e 4 do vírus que causa a doença.

O Aedes aegypti — mosquito vetor da dengue — é capaz de transmitir quatro sorotipos diferentes do vírus (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4), além de outros vírus, como Zika, Chikungunya e Febre Amarela. 

A infecção por um desses tipos promove a imunidade permanente contra ele, mas não contra os demais. Dessa forma, a pessoa pode ter dengue até quatro vezes na vida, sendo que as infecções posteriores aumentam o risco de desenvolver formas graves da doença.

Por isso, é essencial conscientizar a população sobre os riscos, sintomas e formas de prevenção dessa doença, que depende da participação de todos para ser combatida. A eliminação dos criadouros do mosquito, a proteção individual contra as picadas e a busca por atendimento médico são medidas simples, mas eficazes, para reduzir os casos e as mortes por dengue no Brasil.

Dengue simples x dengue grave: conheça as diferenças

A dengue pode se manifestar de forma assintomática, leve, moderada ou grave, dependendo da interação entre o vírus, o mosquito e o hospedeiro humano. Existem dois tipos da doença: a dengue simples e a dengue grave

Veja as principais diferenças entre as versões:

O que é a dengue simples?

A dengue simples é a forma mais comum e menos grave da doença. Os sintomas característicos desta versão incluem febre alta, dor de cabeça, dor atrás dos olhos, dor muscular e nas articulações, náuseas, vômitos e manchas vermelhas na pele. 

Esses sintomas costumam durar de 2 a 7 dias e, na maioria dos casos, a recuperação ocorre de forma plena. É essencial procurar um médico assim que os primeiros sinais aparecem, até mesmo porque no início eles podem ser confundidos com outras doenças virais, como a gripe. 

Não existe tratamento específico para a dengue, e o cuidado médico busca aliviar os sintomas e evitar que a doença evolua para sua forma grave. Assim, as orientações ao paciente infectado incluem fazer repouso, ingerir muito líquido e não tomar medicamento por conta própria. Normalmente, a resolução dos quadros de dengue é espontânea, com o próprio organismo se encarregando de eliminar o vírus. 

Vale a pena ressaltar que medicamentos à base de ácido acetilsalicílico, como a Aspirina e AAS, não devem ser utilizados, pois podem aumentar o risco de hemorragias, uma vez que o vírus da dengue tem o potencial de desencadear sangramentos internos.

O que é a dengue grave?

A dengue grave ocorre, na maioria dos casos, na segunda ou terceira infecção, e os principais sintomas são dor abdominal intensa, vômitos persistentes, sangramento de mucosas, náuseas, queda da pressão arterial e choque. 

Considerada uma emergência médica, a dengue grave pode levar ao óbito se não for tratada rapidamente. 

Em geral, os sintomas costumam surgir após a diminuição da febre, entre o 3° e o 7° dia da doença, e indicam a evolução para a fase crítica, que, como dito acima, requer atenção imediata.

Pernilongo X mosquito da dengue: como diferenciar

Uma dúvida muito comum em períodos de maior incidência de dengue é como diferenciar o pernilongo comum (pertencente à família Culex quinquefasciatus) do Aedes Aegypti. Para isso, é preciso observar alguns aspectos, como aparência, comportamento e picada dos dois insetos. Veja a seguir:

1. Aparência

Apesar de pequenos, os dois insetos possuem diferenças físicas que ajudam a identificá-los. O pernilongo doméstico tem corpo predominantemente marrom — inclusive nas pernas — e é menor, com cerca de 4 mm de comprimento. Já o mosquito da dengue possui corpo preto com listras brancas na cabeça, tronco e pernas. Ele também é ligeiramente maior, com tamanho entre 5 e 7 mm.

2. Comportamento

O comportamento dessas duas espécies de mosquito também são fatores importantes para diferenciá-los. Enquanto o Culex prefere atacar à noite, geralmente a partir das 18h, o mosquito responsável por transmitir a dengue tem hábitos diurnos e costuma agir das 9h às 13h.

Além disso, o pernilongo comum voa com maior lentidão e produz aquele tão conhecido zumbido. Já o Aedes Aegypti costuma ser mais veloz e silencioso.

Outra diferença entre os dois insetos é o local escolhido para depositar seus ovos. Ainda que ambos prefiram água parada, o pernilongo coloca seus ovos juntos na superfície da água — geralmente suja e poluída — em formato de jangada. Enquanto isso, o mosquito da dengue prefere água limpa, e deposita os ovos em vários lugares, de maneira individual. Um detalhe importante é que os ovos do Aedes Aegypti são resistentes ao ambiente seco e podem sobreviver por até um ano sem água.

3. Picada

Também é possível diferenciar o pernilongo e o mosquito da dengue pela picada e a reação que causam na pele. O pernilongo injeta uma saliva com ação anticoagulante, que provoca reação alérgica no local atingido e deixa a região com um pequeno calombo avermelhado que provoca coceira e dor.

Por outro lado, a picada do mosquito da dengue contém propriedades anestésicas e não costuma causar dor nem deixar marcas na pele. Por isso, muitas vezes, a pessoa não percebe que foi atacada.

O que fazer para se proteger

Felizmente hoje já temos vacinas eficazes para prevenir as complicações relacionadas à dengue. Mas enquanto essa vacina ainda não está acessível a todos, as principais medidas que podem ser tomadas é prevenir a presença do mosquito Aedes aegypti são:

Eliminação de criadouros

Remova qualquer recipiente ou objeto que possa acumular água parada, como pneus velhos, vasos de plantas, garrafas vazias, latas e recipientes descartáveis. Esses locais são potenciais criadouros do mosquito Aedes aegypti.

Manutenção de caixas d’água e piscinas

Mantenha as caixas d’água, piscinas e outros recipientes de armazenamento de água devidamente tampados e limpos. Esses locais podem se tornar focos de reprodução do mosquito se não forem mantidos adequadamente.

Limpeza de calhas e ralos

Mantenha as calhas e ralos limpos e desobstruídos para evitar o acúmulo de água parada, onde os mosquitos podem se reproduzir.

Uso de telas de proteção

Instale telas de proteção em portas e janelas para impedir a entrada de mosquitos dentro de casa. Isso ajuda a reduzir o contato humano com os mosquitos infectados.

Utilização de repelentes

Use repelentes de insetos contendo DEET ou icaridina para proteger a pele exposta contra picadas de mosquitos. Reaplique o repelente conforme as instruções do fabricante.

Uso de roupas adequadas

Sempre que a temperatura local permitir e principalmente quando você estiver em locais com grande presença de mosquitos, use roupas de manga comprida e calças compridas, a fim de reduzir o risco de picadas do mosquito.

Evitar água parada

Evite deixar recipientes com água parada dentro de casa ou ao redor, como vasos de plantas sem prato de drenagem, bebedouros de animais, ou qualquer outro objeto que possa acumular água.

Realização de controle de vetores

Em áreas onde a dengue é endêmica, é importante que as autoridades de saúde realizem atividades de controle de vetores, como aplicação de inseticidas, larvicidas e educação pública sobre medidas preventivas. Caso isso não esteja sendo feito em sua região, cobre das autoridades essas ações.

Informação e conscientização

Eduque sua família e sua comunidade sobre a importância da prevenção da dengue e das medidas que podem ser tomadas para evitar a proliferação do mosquito transmissor.

Essas medidas de prevenção são fundamentais para reduzir a incidência de dengue e proteger a população contra a doença. É importante que essas práticas sejam adotadas não apenas individualmente, mas também como parte de esforços comunitários e governamentais para combater a proliferação do mosquito Aedes aegypti.

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Por: Dr. Renato Barra / Categoria: Bem-estar Dicas de saúde

11 de março de 2024

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