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Por: Dr. Renato Barra

Câncer de pele: o que é, tipos, diagnóstico e tratamento

O câncer de pele não-melanoma é o mais frequente no Brasil e no mundo, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), do Ministério da Saúde. No país, ele corresponde a cerca de 30% de todos os tumores malignos registrados.

Então, por que fala-se tão pouco sobre o câncer de pele e suas implicações?

De acordo com o World Cancer Research Fund, os cânceres de pele não-melanoma, geralmente não são incluídos em estimativas globais da doença. Por essa razão, os dados tendem a ser menos precisos e completos que outros tipos de câncer.

Continue lendo o artigo para saber mais sobre esse tipo de câncer, como identificá-lo, e, principalmente, para obter orientações sobre como se prevenir da doença que afeta tantos brasileiros.

O que é o Câncer de Pele?

O câncer de pele é um tipo de tumor que surge a partir do desenvolvimento anormal e descontrolado das células cutâneas. Na maioria dos casos, a causa do câncer é a exposição excessiva ao sol, já que a radiação ultravioleta é a principal responsável por acelerar o crescimento das células.

câncer de pele fotos

(Fonte: Catraca Livre)

Em geral, o câncer de pele é mais comum em pessoas com mais de 40 anos, com poucas ocorrências em crianças. Apesar disso, ele tem se apresentado ainda mais cedo, já que jovens têm se exposto cada vez mais ao sol.

Além da idade, a cor da pele também é um fator de risco para o surgimento desse tipo de câncer. 

Pessoas negras têm menos chances de desenvolver o câncer de pele, por conta da alta concentração de melanina na superfície do corpo, que protege contra os raios UV.

Enquanto pessoas com pele muito clara, albinas ou com vitiligo são mais sensíveis ao sol e aos raios ultravioletas, estando mais suscetíveis ao câncer de pele.

É importante reforçar que nenhum desses fatores é determinante e qualquer pessoa pode desenvolver o câncer de pele, mesmo que não faça parte dos grupos de risco.

Veja também: Como é feita a radioterapia e como ela funciona?

Câncer de Pele não-melanoma: por que é o mais frequente no Brasil?

Não é novidade que vivemos em um país de clima tropical. E um dos principais motivos do câncer de pele ser tão frequente no Brasil é o fato da nossa pele ser o maior órgão do corpo humano e que fica exposto aos raios ultravioleta ao longo da vida com muita facilidade, especialmente em um país tropical.

No Brasil, o Inca prevê o diagnóstico de 85 mil novos casos de câncer de pele não-melanoma em homens e 80 mil em mulheres, para os anos de 2018 e 2019. Esses valores correspondem a um risco de 82,53 casos novos a cada 100 mil homens, e 75,84 casos novos para cada 100 mil mulheres. Logo, é também o câncer mais incidente no Brasil em ambos os sexos.

Além disso, pessoas que têm a pele clara possuem predisposição ao risco de contrair a doença e precisam ter um cuidado redobrado com a exposição solar.

Veja aqui 7 cuidados diários com a pele para prevenir o câncer de pele

Tipos de Câncer de Pele

O câncer de pele é dividido em dois tipos, com diferentes graus de risco. São eles:

  • Câncer de pele não-melanoma: de maior incidência e baixa mortalidade;
  • Câncer de pele melanoma: menos frequente, porém mais agressivo e com chances de levar à morte. Corresponde a 4% de todos os casos de câncer de pele registrados no mundo.

Como contar para minha família e amigos que tenho câncer?

Como identificar o Câncer de Pele?

Confira algumas orientações específicas para identificar possíveis sinais do câncer de pele no corpo a seguir!

Conheça bem a sua pele

Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), o câncer da pele pode se assemelhar a pintas, eczemas ou outras lesões benignas. Logo, é muito importante checar todos os cantos do corpo.

Fique atento à lesões de aparência elevada, brilhante, que muda de cor, tamanho e textura.

Manchas ou feridas que não cicatrizam, com bordas assimétricas também podem ser um sinal que exija maior atenção.

Para quem tem tatuagens, a atenção deve ser redobrada, já que podem esconder possíveis lesões.

Siga a Regra do ABCDE

Uma metodologia que pode ajudar a identificação do câncer de pele, é seguir a Regra do ABCDE. A letra A tem a ver com a Assimetria da mancha na pele: se for simétrica, é benigno; se assimétrico, maligno. A letra B se refere à Borda e segue a mesma lógica: se for regular, benigno; se irregular, maligno. A letra C se refere à Cor da mancha: se há apenas um tom de cor, é benigno; se dois ou mais tons, maligno.

A letra D tem a ver com a Dimensão: se a mancha ou ferida for inferior a 6mm, provavelmente será benigno. Se superior a esse tamanho, provavelmente será maligno. A letra E, por fim, tem a ver com a Evolução da mancha: se ela não cresce e nem muda de cor, é benigno. Se cresce e tende a mudar de cor, provavelmente é maligno.

(Fonte: Ministério da Saúde)

Lembre-se, no entanto, que o autoexame não é suficiente para detectar o problema. Qualquer sinal suspeito, deve-se, obrigatoriamente, procurar um dermatologista para obtenção de um diagnóstico preciso.

Leia também:

O que considerar para obter confiança em um diagnóstico?

Qualquer mancha pode ser um indicativo de Câncer de Pele?

Não, pois podem ser apenas manchas ou pintas saudáveis. Além da regra do ABCDE, é importante também identificar se é uma mancha que apareceu recentemente ou uma pinta que esteve no seu corpo desde a juventude

Pintas saudáveis não sofrem modificações ao longo do tempo. Já manchas que aparecem do nada e aumentam de tamanho rapidamente são um sinal de alerta para a presença do câncer de pele.

Câncer de Intestino: Sintomas, Diagnóstico e Tratamentos

Diagnóstico do Câncer de Pele

Em geral, o diagnóstico do câncer de pele é realizado por um médico dermatologista a partir do exame clínico, por meio de um procedimento chamado Dermatoscopia

Para esse procedimento, é utilizado um equipamento especial que permite visualizar as camadas da pele de forma mais profunda. Com isso, o médico consegue avaliar possíveis sinais de câncer de pele com maior precisão.

Caso sejam encontrados indicativos de tumores, pode ser solicitada uma biópsia para confirmar ou descartar o diagnóstico, além de identificar se a mancha ou o sinal na pele é benigno ou maligno.

A partir dos resultados da biópsia, pode ser necessário realizar exames complementares, que também auxiliam a determinar a melhor forma de tratamento.

Opções de tratamento para Câncer de Pele

Em geral, cirurgia oncológica para retirada da lesão é a opção de tratamento mais indicada para o câncer de pele. Nos casos em que o tumor ainda está em fase inicial, por exemplo, o procedimento é simples e pode ser realizado em ambulatório, sem necessidade de internação.

Já para quadros em que o câncer está mais avançado ou é maligno, a cirurgia pode ser mais complexa e demandar internação. Nesses casos, além da cirurgia, o tratamento também costuma envolver a aplicação de radioterapia e quimioterapia para conter o desenvolvimento de células cancerígenas.

E, ainda, nos casos em que o câncer de pele já se espalhou para outras partes do corpo (condição chamada de metástase), outros medicamentos da medicina moderna podem ser utilizados, para controlar a evolução da doença e aumentar a expectativa de vida dos pacientes. 

Existem também outras opções de tratamento para câncer de pele que são recomendadas em casos mais específicos, como a terapia fotodinâmica, indicada para casos de carcinoma basocelular superficial, carcinoma epidermóide “in situ” (Doença de Bowen) e em ceratose actínica (tipo de lesão que causa o câncer de pele).

É importante ressaltar que a forma de tratamento mais indicada varia de paciente para paciente, de acordo com o tamanho e a gravidade do tumor, principalmente.

Câncer de Pele tem cura?

Sim, todos os tipos de cânceres de pele têm cura. É importante ressaltar, porém, que as chances de cura aumentam se o tumor for identificado ainda em fase inicial, por isso a importância do diagnóstico precoce.

Se não tratado, o câncer de pele melanoma pode se espalhar para outras regiões do organismo e dificultar o controle da doença.

Dúvidas frequentes

– Quanto tempo de vida tem uma pessoa com câncer de pele?

De modo geral, em torno de 92% dos pacientes com câncer de pele melanoma vivem mais de 5 anos após o diagnóstico da doença (essa taxa é chamada de “sobrevida”).

Os dados são da instituição americana American Cancer Society.

É importante ressaltar que a taxa de sobrevida não determina quanto tempo cada paciente viverá após descobrir a doença, mas oferece uma melhor compreensão das chances de sucesso do tratamento.

Além disso, o tempo de vida de um paciente com câncer de pele melanoma também pode variar de acordo com alguns fatores, como idade, condições de saúde, resposta ao tratamento, entre outros.

– Qual o tipo de câncer de pele mais grave? 

O tipo de câncer de pele mais grave é o melanoma, devido a ser mais agressivo e a oferecer um alto risco de se espalhar para outros órgãos (metástase).

– Câncer de pele coça?

A coceira também é um sinal de alerta para câncer de pele. Na maioria dos casos, quando uma mancha ou lesão na pele coça é um indicativo de que o tumor já está em um estágio mais avançado e com um tamanho maior.

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Como prevenir o Câncer de Pele?

A principal recomendação para prevenir e evitar o câncer de pele é a atenção à exposição solar. Deve-se evitar horários em que a incidência dos raios solares é maior (entre 10h e 16h), além de usar acessórios que protejam contra a exposição, como óculos de sol com proteção UV, chapéus e bonés, sombrinhas.

Além disso, o uso de protetor solar é fundamental, mesmo em dias nublados. Recomenda-se utilizar um produto com pelo menos 15 FPS de fator de proteção solar e reaplicá-lo a cada duas horas ou sempre após mergulho, enxágue ou momentos de muita transpiração.

Também é recomendado evitar técnicas de bronzeamento artificial para prevenir esse tipo de câncer.

Para entender ainda mais sobre o assunto, baixe nosso e-book gratuito Tudo sobre o Câncer de Pele e saiba como se proteger do câncer mais frequente do Brasil.

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