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Por: Dr. Renato Barra

Mamografia e Ultrassom das Mamas: qual a diferença?

O câncer de mama ainda é a doença com maior incidência de morte no Brasil e, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), é a segunda mais frequente no mundo, com expectativa de 57.120 mil novos casos no país apenas em 2014.

Este quadro se deve, em grande parte, pelo diagnóstico tardio da doença. De acordo com o médico coordenador do serviço de diagnósticos por imagem do Centro Médico São José, de Cerquilho (SP), Cesar Morais Lôbo, esta demora ocorre, pois, no início, a doença é silenciosa e o nódulo pode estar localizado em uma região mais profunda da mama, de difícil percepção. “O acompanhamento anual realizado pelo médico ginecologista é a principal ferramenta de defesa, visto que o diagnóstico precoce aumenta, significativamente, as chances de cura”, aponta o especialista.

A descoberta da doença pode ser realizada por meio da mamografia e da ultrassonografia das mamas. Entretanto, muitas pessoas ainda não sabem as diferenças entre os exames e em quais situações são indicados. Para Hamilton Lima Wagner, membro da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, o principal deles é a mamografia: “A ultra-sonografia só é indicada em mamas muito densas ou com imagens de coleções líquidas que são de interpretação mais difícil pela mamografia”.

Os métodos, no entanto, se complementam, pois depende do caráter do tumor que cada paciente apresenta e se houver a necessidade serão pedidos os dois exames. “O exame clínico e os exames de imagem determinam a necessidade ou não de uma biópsia (procedimento invasivo no qual pequeno fragmento da lesão é amostrado). O exame anátomo-patológico realizado pelo patologista determina se a lesão estudada é de caráter maligno ou benigno. De posse de todos estes resultados esta equipe multidisciplinar define o melhor tratamento para a paciente”, explica Leonard Medeiros da Silva, membro da Sociedade Brasileira de Patologia.

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FAIXA ETÁRIA

Outra diferença entre os procedimentos é a faixa etária das pacientes. Para a realização da mamografia, por exemplo, é indicado que as mulheres tenham 40 anos ou mais. Leonard Medeiros explica que este fator se deve a menor densidade que as mamas de mulheres a partir desta idade têm. “A mamografia tem capacidade de identificar lesões em mamas menos densas. A mama de pacientes acima de 35/40 anos começa a ter menos densidade e assim permitem melhor resolução da mamografia.  A ultra-sonografia é capaz de identificar lesões em tecidos mais densos. Vale uma ressalva, câncer de mama em paciente com menos dede 30 anos é um evento raro e, quando ocorre, apresenta-se com características passíveis de serem detectadas pela mamografia”.

Apesar da indicação, pacientes com histórico de câncer na família, principalmente, em parentes de primeiro grau, como mãe e irmã, têm maior probabilidade para desenvolver a doença, aponta o especialista do Centro Médico São José. Nestes casos específicos, o exame mamográfico pode ser realizado de forma mais precoce. “Na verdade, mais importante que definir uma idade específica para a realização destes exames, acho imperativo, nestes casos, o acompanhamento de um profissional (ginecologista ou mastologista) que vai conduzir cada caso de forma individualizada”, recomenda.

Uma dificuldade que atinge alguns estados do Brasil é a falta de mamógrafos, o que prejudica na identificação de algumas lesões mamárias, que se iniciam com pequenas calcificações e só podem ser identificadas com o aparelho. Por isto, dentro dessa faixa etária indicada, um exame não pode ser substituído pelo outro. “Na ultrassonografia, estas lesões só serão visualizadas quando estiverem maiores, diminuindo as chances de cura”, adverte.

Já para as mulheres que não possuem casos da doença na família, é indicada a realização da ultrassonografia das mamas como triagem em quadros sintomáticos como dor nas mamas e nódulo palpável e, após os 40 anos, a realização anual da mamografia.

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LIMITAÇÕES

Para o patologista Leonardo Medeiros, a maioria das limitações se enquadram na impossibilidade de definir com 100% de certeza se a imagem detectada representa um câncer ou tecido normal da mama. “Quando um tecido no estudo de imagem é tido como suspeito, entra em cena o patologista que determina se a lesão estudada é de caráter maligno ou benigno a partir de uma pequena amostra da mesma. Às vezes, esta definição também é difícil para o patologista, que ainda tem a alternativa de utilizar exames do tipo imuno-histoquímico e moleculares para auxiliá-lo.”, define.

Há ainda uma grande porcentagem de falsos positivos após a ecografia – mesma nomenclatura para o ultrassom. “Por outro lado, por ser um exame sem agressão aos tecidos acaba sendo mais inócuo”, avalia o médico da família, Hamilton Lima Wagner, que complementa: “A mamografia tem um pouco mais de eficácia quando feita na pós-menopausa, mas também tem falsos positivos, particularmente na pré-menopausa”.

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