De acordo com a Agência Nacional de Saúde (ANS), quase 60 milhões de brasileiros convivem com pelo menos uma doença crônica e, portanto, estão no grupo de risco da Covid-19. Embora não haja evidências de que essas pessoas sejam mais propensas à contaminação, elas estão mais sujeitas a complicações causadas pelo novo coronavírus e, por isso, manter os tratamentos durante a pandemia é essencial para controlar a doença.
Profissionais de saúde não cansam de ressaltar que a necessidade de cuidados médicos regulares para doentes crônicos não foi anulada pelo vírus, no entanto, por medo de se contaminar, muitos pacientes estão ignorando sintomas sérios e deixando de procurar seu médico ou realizar exames importantes. O resultado desse descuido pode trazer uma série de consequências relacionadas à descompensação das doenças, aumentando, inclusive, o risco de óbitos.
Por isso, se você ou algum familiar é doente crônico, leia este artigo como um alerta. Embora o novo coronavírus cause preocupações, ele não é o único risco ao qual você está exposto e negligenciar seu tratamento pode ser ainda mais perigoso que a Covid-19. Com medidas de prevenção redobradas e conscientização, é possível manter os tratamentos durante a pandemia com toda a segurança.
O que são doenças crônicas
Doenças crônicas são causadas por uma combinação de fatores genéticos, fisiológicos, ambientais e comportamentais e são caracterizadas por longa duração, exigindo acompanhamento médico regular e tratamento com medicação contínua. Nesse grupo de doenças, estão:
- Diabetes;
- Hipertensão;
- Asma;
- Alzheimer;
- Parkinson;
- Acidente Vascular Cerebral (AVC);
- Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC);
- Aids;
- Doenças renais;
- Câncer.
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Por que manter os tratamentos durante a pandemia?
Procedimentos para controle de doenças crônicas só podem ser paralisados ou modificados a partir de uma avaliação médica, pois, em alguns casos, manter o tratamento em dia é essencial para a sobrevivência dos pacientes. Por isso, quem precisa ir a clínicas para procedimentos de controle não deve se ausentar, assim como quem precisa buscar remédios em uma unidade de saúde. Nesses casos, é essencial redobrar a atenção com as medidas de prevenção, como a higienização das mãos com água e sabão e álcool em gel 70% e uso de máscaras.
Veja, a seguir, alguns pontos que refletem a importância de manter o tratamento das doenças crônicas mais comuns.
Pacientes cardíacos e hipertensos
De acordo com uma pesquisa da Rede Brasil AVC, os atendimentos a pacientes com problemas cardiovasculares diminuíram entre 40% e 50% durante a pandemia, mas a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) enfatiza a necessidade de manter o tratamento e que cada caso deve ser avaliado individualmente pelo médico.
Abandonar um tratamento de hipertensão (pressão alta), por exemplo, pode levar a complicações como infarto e Acidente Vascular Cerebral (AVC). Além disso, pacientes hipertensos têm o músculo cardíaco mais frágil e a circulação prejudicada pode causar debilidade dos pulmões.
Outro ponto que reforça a necessidade de acompanhamento médico é que os medicamentos de uso contínuo devem ser ajustados eventualmente e apenas com consultas regulares ao médico é possível aumentar ou diminuir as dosagens sem riscos ao paciente.
Pacientes diabéticos
Abandonar o tratamento representa um risco grave, pois as consequências da falta de insulina e outras medicações podem afetar vários órgãos e causar danos a todo o organismo. Sem o tratamento adequado, pacientes com diabetes ficam sujeitos a complicações como alterações na visão, pé diabético e doenças cardiovasculares. No caso da Diabetes tipo 2, as defesas do organismo ficam enfraquecidas, o que impede que o sistema imunológico responda adequadamente a infecções.
A saúde mental dos pacientes é outro ponto que exige atenção, pois a depressão interfere no controle da glicemia; da mesma forma, a diabetes descompensada intensifica os sintomas depressivos, levando a um círculo vicioso. Níveis glicêmicos muitos altos ou muito baixos também podem levar à ansiedade, de acordo com a Associação Americana de Diabetes.
Pacientes renais
Os rins são responsáveis pela filtragem do sangue, um processo fundamental para a resposta imunológica do organismo a infecções. Por isso, doenças renais sem acompanhamento podem causar uma série de complicações e, inclusive, levar à morte.
Quando um problema renal não é tratado, pode haver calcificação excessiva nas artérias, causando doença arterial periférica. Além disso, é comum que pessoas com doença renal tenham anemia, provocando dificuldades respiratórias e insuficiência cardíaca congestiva. Como os rins também interferem no metabolismo da vitamina D e nos níveis de fósforo e cálcio, se não estiverem funcionando bem, o paciente pode desenvolver doenças ósseas.
Pacientes com câncer
Pacientes oncológicos, muitas vezes, já estão debilitados pela própria doença e, por isso, descuidar do tratamento é um risco grave. Quem está fazendo quimioterapia ou radioterapia também está exposto à queda de imunidade e, portanto, a complicações causadas por infecções.
Em algumas situações específicas, é possível adiar exames, consultas e até cirurgias, mas apenas o médico pode tomar essa decisão, depois de avaliar cada caso individualmente. Então, pacientes com câncer que estejam em processo de quimioterapia e radioterapia, que tenham feito cirurgia há menos de um mês ou que tomem medicamentos imunossupressores devem continuar seus tratamentos e manter suas consultas regulares ao médico, sob risco de haver complicações no quadro.
Como continuar seu tratamento com segurança
Pacientes que não possam ficar em casa por dependerem de exames e procedimentos em clínicas ou hospitais devem redobrar as medidas de prevenção ao novo coronavírus. Entre as recomendações de segurança, estão:
- Usar máscara;
- Lavar as mãos ou usar álcool em gel ao chegar e sair do local;
- Evitar tocar em seu rosto e em outras pessoas;
- Manter distância de outros pacientes e da equipe de saúde enquanto espera pelo exame;
- Ser pontual para evitar aglomeração de pessoas na recepção;
- Ter somente um acompanhante, que deve ter menos de 60 anos e não apresentar sintomas de resfriado ou gripe;
- Evitar circular pelo local e não permanecer por mais tempo que o necessário;
- Cobrir nariz e boca com lenço ou com o antebraço ao tossir ou espirrar.
É importante lembrar que as próprias unidades de saúde adotaram protocolos de segurança desde o início da pandemia e estão preparadas para receber os pacientes nesse período. No IMEB, por exemplo, foram aplicadas medidas mais rigorosas para a higienização dos ambientes e o intervalo entre os exames foi estendido, para evitar aglomerações.
Veja, no vídeo abaixo, quais cuidados o IMEB está tomando para garantir a segurança de seus pacientes:
Agora que você já conhece todos os riscos de abandonar seu tratamento e sabe como pode se proteger para continuar realizando suas consultas e exames, não deixe de lado seu acompanhamento médico por receios sobre a Covid-19. Esteja atento às medidas de prevenção e busque alternativas seguras para manter seus tratamentos durante a pandemia.
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