Pré-diabetes: saiba o que é e como reverter esse quadro
Com base em dados da Sociedade Brasileira de Diabetes, mais de 13 milhões de pessoas no Brasil vivem com a doença. A maioria desses casos, cerca de 90%, está relacionada ao tipo 2, frequentemente associado a hábitos não saudáveis.
Contudo, antes do diagnóstico definitivo, surge o pré-diabetes, um sinal de alerta para mudar os hábitos de vida e evitar essa doença crônica e séria.
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O que é o pré-diabetes?
O pré-diabetes é uma condição médica que indica níveis elevados de açúcar no sangue – entre 100 mg/dL e 125 mg/dL – mas que estão abaixo do limites para se determinar o diabetes tipo 2 (a partir de 126 mg/dL). O diagnóstico é feito via exames de sangue, pelo exame de glicemia em jejum.
Enquanto o diabetes tipo 1 é causado por fatores genéticos e geralmente surge em pessoas jovens – até mesmo em crianças – o diabetes tipo 2 é o tipo que está relacionado a hábitos inadequados de vida, como o consumo excessivo de doces e carboidratos, além do sedentarismo.
O problema acontece pela insuficiência da produção ou ação da insulina, responsável por diminuir a glicemia (açúcar) no organismo.
Quando a glicemia em jejum está acima de 100 mg/dL (pré-diabetes), é importante um monitoramento regular e a mudança de hábitos para reverter o quadro e evitar que o problema se agrave a ponto de se estabelecer o diabetes – condição que não tem cura.
Segundo dados do Ministério da Saúde, 50% dos pacientes que têm o diagnóstico de pré-diabetes acabam evoluindo para o diabetes. Um dos principais motivos é que, por não saber que está com o problema, a pessoa não trata a tempo. Por isso, monitorar os níveis de glicemia regularmente é fundamental.
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Pré-diabetes dá algum sintoma? Como saber?
O estágio de pré-diabetes não apresenta sintomas, por isso é considerado uma condição silenciosa. Trata-se de uma condição de avanço geralmente lento, no qual a pessoa pode passar anos com a alteração e só depois desenvolver diabetes tipo 2.
Para identificar o pré-diabetes é necessário fazer exames laboratoriais específicos, como a medição da glicemia em jejum, curva glicêmica e o teste da hemoglobina glicada. Após o diagnóstico, os níveis de glicose no sangue devem ser medidos regularmente para avaliar se o nível está controlado.
Quando o exame aponta resultado a partir de 126 mg/dL, provavelmente o paciente receberá o diagnóstico de diabetes. Apesar de ser crônica e não ter cura, é uma doença tratável.
Se houver histórico familiar da doença ou fatores de risco para diabetes, é aconselhável ter um controle ainda melhor, com exames regulares, para monitorar a saúde metabólica.
Segundo o Ministério da Saúde, os seguintes fatores de risco podem contribuir para o desenvolvimento do diabetes:
✅ Fatores genéticos;
✅ Ausência de hábitos saudáveis (boa alimentação e atividades físicas);
✅ Pressão alta;
✅ Colesterol alto ou alterações na taxa de triglicérides no sangue;
✅ Sobrepeso, principalmente se a gordura estiver concentrada em volta da cintura;
✅ Pais, irmãos ou parentes próximos com diabetes;
✅ Doenças renais crônicas;
✅ Mulher que deu à luz criança com mais de 4 kg;
✅ Diabetes gestacional;
✅ Síndrome de ovários policísticos.
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Saiba mais – Cuidados antes e após o diagnóstico de diabetes
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Como reverter o problema?
Assim como em várias outras doenças, quem tem pré-diabetes precisa fazer mudanças no estilo de vida para evitar o desenvolvimento da doença. Compreender essa realidade é fundamental para realmente incorporar hábitos saudáveis no dia a dia.
Confira a seguir algumas mudanças simples na rotina, mas que podem evitar o desenvolvimento do diabetes:
Mudanças na dieta
Reduza a ingestão de açúcares e carboidratos refinados, optando por alimentos integrais e ricos em fibras que têm um menor impacto nos níveis de glicose no sangue. Além disso, aumente a ingestão de vegetais e frutas.
Escolha proteínas magras, incluindo na dieta como peixe e frango. Finalmente, limite o consumo de gorduras saturadas e trans, preferindo gorduras saudáveis, como as encontradas em abacates, nozes, sementes e azeite de oliva.
Atividades físicas regulares
Estabeleça uma rotina de exercícios físicos regulares, estabelecendo, como meta, realizar ao menos 150 minutos de atividade moderada por semana, como caminhada rápida, natação ou ciclismo.
Também inclua exercícios com peso, como musculação, que ajudam a aumentar a massa muscular e melhorar a capacidade do corpo de usar a insulina.
Monitoramento de saúde
Cheque regularmente os níveis de glicose no sangue, a fim de acompanhar como os alimentos e atividades afetam os seus níveis de açúcar. Para isso, é importante contar com acompanhamento profissional, com nutricionista, cardiologista ou clínico geral.
Gerenciamento de peso
Manter um peso saudável é outra medida fundamental. Sabe que perder 5% a 10% do peso corporal pode significativamente reduzir o risco de desenvolver diabetes tipo 2.
Estas mudanças simples podem ajudar significativamente a controlar a glicose no sangue e a melhorar a saúde geral, reduzindo assim o risco de evoluir de pré-diabetes para diabetes tipo 2. É importante lembrar que cada pessoa é única, e ajustes específicos devem ser discutidos e planejados com um profissional de saúde.
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Por: Dr. Renato Barra / Categoria: Alimentação saudável Diabetes
27 de maio de 2024