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Por: Dr. Renato Barra

Tire todas as suas dúvidas sobre CÂNCER DE TIREOIDE

O QUE É CÂNCER DE TIREOIDE?

O câncer de tireoide é responsável por aproximadamente 1% de todos os tumores malignos do corpo. No entanto, suspeita-se que sua incidência seja maior pelo fato de ser um tumor geralmente pouco agressivo, que pode passar despercebido ao longo da vida. O câncer de tireoide é três vezes mais comum nas mulheres do que nos homens. Dois em cada três casos ocorrem com pessoas na faixa etária entre 20 e 55 anos de idade.

A glândula tireoide está situada na parte anterior do pescoço. Ela tem a forma aproximada da letra H e contém dois lobos: o direito e o esquerdo, unidos por uma parte central, o istmo.

A função da tireoide é produzir hormônios que atuam na regulação do metabolismo. A quantidade de hormônio tireoidiano produzido pela glândula é regulada por outra glândula, a hipófise (localizada no cérebro), que libera o hormônio estimulador da tireoide (TSH).

Somente um em cada 10 a 20 nódulos encontrados na tireoide é de fato maligno, e apenas um em cada 10 nódulos é palpável.

Geralmente ele começa como um tumor pequeno que se manifesta como um nódulo assintomático. Ao começar a crescer, as células malignas podem invadir a cápsula da glândula, membrana que reveste o órgão. Caso o crescimento prossiga, elas se disseminam pela circulação linfática, acometendo os linfonodos do pescoço (mais comuns nos carcinomas papilíferos), ou pela circulação sanguínea, migrando para os pulmões e ossos (mais comum nos carcinomas foliculares).

Já nos carcinomas anaplásicos, a velocidade de crescimento é tão rápida que, antes mesmo de o diagnóstico ser feito, o tumor já invade estruturas vizinhas, como esôfago, traqueia, nervos e músculos. Do mesmo modo, as células malignas podem cair na circulação sanguínea e chegar aos pulmões, fígado e ossos.

No momento do diagnóstico, os carcinomas papilíferos e os foliculares se acham confinados à tireoide em 65% das vezes; comprometem os linfonodos cervicais em 30% dos casos; e apresentam metástases à distância em apenas 2% a 4% dos pacientes. A chance de cura para os dois primeiros grupos é acima de 80% a 90%.

Tipos mais raros

Os tumores mais raros da tireoide são os linfomas e os sarcomas. Caso o crescimento prossiga, elas se disseminam pela circulação linfática, acometendo os linfonodos do pescoço ou pela circulação sanguínea, migrando para os pulmões e ossos.

QUAIS SÃO OS FATORES DE RISCO?

Os fatores de risco mais comumente associados ao câncer de tireoide são:

  • Radiação na região do pescoço para tratamento de doenças anteriores
  • Algumas síndromes genéticas

QUAIS SÃO OS SINTOMAS DO CÂNCER DE TIREOIDE?

Tanto o carcinoma papilífero quanto o folicular costumam ser assintomáticos nas fases iniciais.

Quando os sinais aparecem, o mais comum da doença costuma ser, o aparecimento de nódulo palpável ou visível na região da tireoide ou do pescoço.

Em estágios mais avançados, podem ocorrer também:

  • Aumento dos gânglios linfáticos e do volume do pescoço
  • Rouquidão
  • Tosse persistente
  • Dificuldade para engolir
  • Sensação de compressão da traqueia

Leia também:

Sintomas de Tireoide: descubra se está com problemas na glândula.

PREVENÇÃO

Não há exames de rotina preconizados para o diagnóstico precoce, nem estratégias preventivas para evitá-lo.

A única exceção é a dos portadores de mutações do gene RET, responsável pelo carcinoma medular de tireoide familiar.

Para evitar riscos, vários médicos indicam, aos membros dessas famílias, a remoção da tireoide e das paratireoides em idade precoce.

TRATAMENTO

Em geral, o tratamento do câncer de tireoide é cirúrgico (tireoidectomia total ou parcial) e leva em conta o tipo e a gravidade da doença. Caso as células malignas tenham comprometido os gânglios cervicais, é necessário retirá-los.

Rouquidão e queda de cálcio são complicações da tireoidectomia associadas a lesões de estruturas como os nervos laríngeos e as glândulas paratireoides respectivamente durante a cirurgia.

Depois de quatro a seis semanas da intervenção, o paciente recebe doses terapêuticas de iodo radioativo em ambiente hospitalar para extinguir qualquer tecido remanescente de células tumorais no corpo e evitar metástases.

O passo seguinte é indicar a reposição hormonal com levotiroxina por via oral para substituir os hormônios que deixaram de ser produzidos pela tireoide.

Quando os carcinomas papilíferos e foliculares não respondem a esse tratamento, é possível recorrer à terapêutica antiangiogênica que consiste em bloquear a formação de novos vasos sanguíneos para impedir que as células tumorais recebam nutrientes e oxigênio através da circulação.

Radioterapia, associada ou não à quimioterapia, é recomendada na ocorrência de tumores mais agressivos, como o carcinoma medular e o carcinoma anaplásico.

Leia também: Diferença entre radioterapia e quimioterapia: os efeitos são os mesmos?

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