Pesquisadores testaram o uso do PET-CT com PSMA na localização de possíveis recidivas da doença. Os resultados foram apresentados no maior congresso mundial de oncologia
Brasília, 21 de junho de 2018 – Nas últimas décadas, a medicina vem comemorando muitos avanços na descoberta, no tratamento e na cura de alguns tipos de câncer, que têm contribuído sobremaneira para aumentar a taxa de sobrevida de pacientes afetados pela doença. Um dos principais é o câncer de próstata, se diagnosticado no início pode ter 90% de chance de cura.
No entanto, um desafio hoje se faz presente: apesar do monitoramento dos níveis de PSA – antígenos da próstata no sangue – que alertam para o câncer, identificar os locais de recidiva, ou seja, quando a situação clínica do paciente volta a progredir depois de uma estabilização ou tratamento ainda é difícil.
Um novo caminho, porém, foi apontado no maior congresso de oncologia clínica do mundo, o ASCO 2018, realizado em Chicago no início deste mês: o uso de PET-CT com PSMA para apontar a localização de uma possível recidiva do câncer. “O exame é a fusão de dois tipos de tomografia (por emissão de pósitrons e a computadorizada), realizado com injeção do radiofármaco, que, absorvido por células cancerosas, se concentra mais em áreas tumorais e aperfeiçoa o monitoramento de todo o corpo”, explica o médico nuclear Renato Barra, diretor do IMEB (Imagens Médicas de Brasília).
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Segundo o diretor científico do Oncoguia, Rafael Kaliks, o exame consegue discriminar onde está a doença e, quando mostra uma alteração em alguma área do corpo, uma biópsia localizada pode comprovar, com uma imensa probabilidade, que aquele é o local da recidiva, permitindo ao médico decidir se irradia localmente o tumor. Permite, ainda, localizar eventuais metástases de câncer de próstata, o que possibilitará um tratamento mais adequados.
Os testes foram feitos por pesquisadores de Dublin, na Irlanda, e de Nova Iorque, nos Estados Unidos, com resultados que provocaram uma mudança no manejo para 96% dos pacientes, com sucesso ao final do tratamento. “Sem dúvida, tais comprovações trazem muito otimismo para quem lida diariamente com essa realidade. É a possibilidade de sermos mais assertivos ao direcionarmos o tratamento e oferecermos o melhor para o paciente”, comemora o médico Barra.
Em Brasília, o PET-CT com PSMA pode ser realizado no IMEB, como os demais exames, mediante solicitação médica. “A sua indicação deve ser criteriosa e depende de cada caso. Por ainda ser uma descoberta recente, ainda não podemos afirmar que se aplica a todos os pacientes que já se submeteram à radioterapia ou à prostatectomia (remoção cirúrgica da próstata). Mas temos motivos para acreditar que sua utilização será cada vez mais recorrente”, destaca o médico nuclear.
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