ELASTOGRAFIA e o DIAGNÓSTICO do CÂNCER DE PRÓSTATA | IMEB

ELASTOGRAFIA e o DIAGNÓSTICO do CÂNCER DE PRÓSTATA

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Recebemos um e-mail de um paciente  que  deseja saber se a elastografia auxilia ou substitui o toque retal para  próstata e o informamos que a elastografia ainda não está disponibilizada em sondas transretais, que  requer sondas mais volumosas, uma vez que associa dois métodos diagnósticos em um único equipamento, inviabilizando seu uso pela via retal (por enquanto, pois a ciência evolui muito rápido). Atualmente, o mais moderno e preciso em termos de diagnóstico de próstata é a associação de 4 métodos:

  1. a dosagem do PSA, que somente é capaz de detectar os casos menos graves desse câncer, principalmente os classificados como Grau IV de Gleason, ou seja, aqueles tumores constituído por células mais diferenciadas, capazes de produzir o PSA em grande quantidade e que tem  comportamento mais benigno (crescimento tumoral mais lento, com menos metástases e mortalidade menor);
  2. o toque retal, que consegue detectar  o câncer de próstata nodular situado na zona periférica posterior e, com menor acuidade, quando circundado por uma zona de infiltração (geralmente o câncer de próstata é percebido na palpação como uma zona de endurecimento), mas não consegue detectar os casos de tumores difusos, que substituem  e infiltram o tecido prostático e que são os  mais graves e mais letais;
  3. a ultrassonografia transretal com sonda de alta resolução, que é capaz de  detectar todos os tumores focais nodulares simples ou circundados por uma zona de infiltração ao redor por meio de uma análise morfológica completa. Os tumores detectados dessa forma correlacionam bem com os tumores que tem comportamento mais benigno  e são capazes de secretar  PSA,  mas a ultrassonografia transretal simples não consegue detectar o tumor difuso da próstata, o mais maligno e agressivo do tumores da próstata e o principal responsável pela engorda das taxas de mortalidade por câncer de próstata.
  4. Estudo com o Power Doppler, realizado concomitantemente com o exame US transretal, que detecta o padrão de vascularização da próstata e do Tumor, que se manifesta como área focal ou difusa de irrigação sanguínea anômala por vários sinais:
    1. Pela quantidade de vasos (é  hipervascularizado);
    2. pela presença de vasos anômalos (neovascularização tumoral);
    3. pela convergência de vários  vasos para a lesão;
    4. pelo aumento da velocidade do sangue que irriga o tumor.

Este exame deve ser realizado sempre junto com o exame transretal, pois além de  “enxergar” zonas cancerosas similares aos outros métodos, ele é o único  capaz de detectar o tumor difuso e mais agressivo da próstata, sendo esta a sua  principal e mais importante característica.  Tão importante que hoje se recomenda a orientação da biopsia da próstata para as regiões hipervascularizadas identificadas pelo Power Doppler, pois é quando as biópsias tem a melhor acuidade.

Mas se você me perguntar, então devo fazer só o ultrassom transretal com Power Doppler? Eu responderia não. Em medicina sempre se demonstrou que a associação de vários métodos é o sistema que traz os melhores resultados, maior precisão. E eu diria mais ainda, sorte tem os homens, pois se fizerem todo esse roteiro direitinho, estarão protegidos de surpresas. desagradáveis. Nesse caso estão em vantagem sobre as mulheres, pois os métodos de rastreamento disponibilizados para elas não são tão eficazes. A mamografia não consegue detectar os cânceres das mamas densas (metade das mulheres tem mamas densas)  e   somente aquelas que podem fazer a Ressonância magnética ou ter exames muito detalhados de ultrassonografia das mamas podem se considerar protegidas. Geralmente o protocolo completo de ultrassonografia das mamas, recomendado pelo ACRIN- departamento de imagem do Instituto Nacional do Câncer dos EUA – não é realizado rotineiramente na maioria dos serviços do Brasil, devido ser muito demorado.

Por: Dr. Renato Barra / Categoria: Notícias

18 de novembro de 2016

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