A medicina nuclear é uma área de diagnóstico por imagem repleta de casos de sucesso ao longo de sua história.
Seu funcionamento é simples e baseado em reações químicas do metabolismo do organismo humano.
A medicina nuclear não investiga as doenças pela forma como elas se apresentam do ponto de vista anatômico e estrutural; mas pelo modo como a doença atua do ponto de vista bioquímico, funcional, farmacológico e molecular.
Neste artigo vamos explicar mais a fundo o que é a medicina nuclear, como funciona e os seus principais exames.
O que é medicina nuclear?
A medicina nuclear é uma especialidade médica que utiliza quantidades mínimas de radiação para realizar exames diagnósticos, tratamentos terapêuticos e para auxiliar em procedimentos cirúrgicos.
Diferente dos exames de imagem convencionais, como radiografia, ressonância magnética e ultrassom, a medicina nuclear tem como base analisar a função dos tecidos e dos órgãos. Ela avalia a fisiologia e o metabolismo do corpo.
Esse processo é feito por meio de elementos conhecidos como radiofármacos que apresentam afinidades químicas com determinados órgãos do corpo humano.
Estes elementos transportam a substância radioativa para o órgão ou tecido a ser diagnosticado ou tratado. Quando um tecido do corpo é afetado por determinadas doenças, como o câncer, ele pode absorver mais (ou menos) de um radiofármaco do que o tecido normal.
Por meio de câmeras especiais, é feita a coleta do padrão de radioatividade do organismo. Essas câmeras criam, então, imagens que identificam o caminho que o radiofármaco percorreu e o local onde se acumula.
Este tipo de exame evidencia problemas em órgãos internos melhor do que as imagens obtidas com raios X convencionais.
Veja também: Como é feita a radioterapia e como ela funciona?
Onde é usada a medicina nuclear?
A medicina nuclear pode ser aplicada na detecção de doenças em seus estágios mais iniciais.
Como por exemplo, antes que causem alterações estruturais detectáveis por exames anatômicos.
A técnica é muito utilizada no diagnóstico e seguimento de diversos tipos de câncer, avaliação de doenças cardíacas, endócrinas, neurológicas e gastrointestinais.
Os tipos de escaneamento mais comuns da medicina nuclear são:
- coração, com possibilidade de avaliar o fluxo arterial sanguíneo em situações de repouso e estresse, função cardíaca, danos ao músculo cardíaco após um infarto, avaliação funcional após procedimentos de revascularização, rejeição de transplantes cardíacos, entre outros.
- renais, para avaliar a função diferencial entre os rins, identificação de possíveis obstruções no sistema coletor, cicatrizes decorrentes de infecções.
- tireoide, para avaliar a função da glândula e nódulos.
- cérebro, para avaliar focos epileptogênicos em pacientes com convulsão, avaliação de déficit cognitivo, perfusão sanguínea.
- mama, para auxílio na localização de nódulos malignos.
- ossos, para avaliação de processos osteodegenerativos articulares, doenças ósseas benignas e malignas (tumores).
O que se faz em medicina nuclear?
Medicina nuclear é uma especialidade da medicina que utiliza pequenas quantidades de radioisótopos para examinar a função de órgãos e tecidos.
Essas substâncias são administradas ao paciente por injeção, aspiração ou deglutição, de acordo com a área do corpo a ser observada.
Depois disso, elas emitem energia na forma de fótons ou de pósitrons que são detectados por equipamentos específicos e processados por computadores.
Assim, gerando imagens estáticas e/ou dinâmicas que ilustram o funcionamento do órgão estudado.
Vantagens da Medicina Nuclear
Um dos benefícios da tecnologia é que, por meio de um exame simples, é possível coletar imagens internas do corpo do paciente, como se fosse tirar uma fotografia. Isso significa que os médicos podem definir como realizar cirurgias por meio de formas menos invasivas.
Entre as inúmeras vantagens de utilizar a medicina nuclear para o diagnóstico de doenças, as principais são:
- Possui caráter não invasivo;
- A técnica fornece informações detalhadas sobre o funcionamento dos órgãos;
- Baixa exposição à radiação, comparada àquelas utilizadas nos estudos de tomografia;
- Avaliação do corpo inteiro com uma única dose do radiofármaco;
- Possibilidade de diagnosticar doenças até então invisíveis pelos exames de radiografia comuns.
Quais são os exames de medicina nuclear?
- Cintilografia
O exame utiliza isótopos radioativos para obter o diagnóstico de várias doenças.
Por meio da administração desses medicamentos (via oral ou injetável), é possível identificar o funcionamento de diferentes órgãos e sistemas do corpo. E ainda, é possível detectar e tratar alguns tipos de tumores.
Em Brasília, o IMEB é referência em medicina nuclear e dispõe de equipamentos altamente modernos para realizar este e outros exames. Confira abaixo a lista dos tipos de Cintilografias realizadas no IMEB e obtenha mais informações sobre cada uma delas:
- Cintilografia com metaiodobenzilguanidina (MIBG)
- Cintilografia da tireoide com captação
- Cintilografia das paratireoides
- Cintilografia de fígado e baço (hepática)
- Cintilografia de Perfusão Cerebral
- Cintilografia do Fígado e Vias Biliares com Disida
- Cintilografia Miocárdica (Repouso e Esforço)
- Cintilografia Óssea
- Cintilografia Pulmonar – Inalação e Perfusão
- Cintilografia Renal Dinâmica – DTPA
- Cintilografia Renal para Pesquisa de Hipertensão Renovascular (DTPA com CAPTOPRIL)
- Cintilografia Renal Estática – DMSA
- Cintilografia testicular para detecção de varicocele
- Cistocintilografia direta
- Dacriocintilografia
- Estudo de glândulas salivares (parótidas)
- Esvaziamento gástrico líquido
- Esvaziamento gástrico sólido
- Linfocintilografia – Membros Inferiores ou Superiores
- Linfocintilografia – Pesquisa de linfonodo sentinela
- PCI com TSH recombinante ou Thyrogen
- Pesquisa de Aspiração Pulmonar
- Pesquisa de corpo inteiro (PCI) com Iodo-131
- Análise e Pesquisa de corpo inteiro (PCI) com mIBG-Iodo-131
- Pesquisa de corpo inteiro (PCI) com mIBG-Iodo-123
- Dose Terapêutica com Iodo-131 (Hipertireoidismo)
- Refluxo Gastro-esofágico – RGE
- Sangramento digestivo
- Ventriculografia com pirofosfato
- Viabilidade Miocárdica com Tálio
- Cintilografia com Octreoscan ou com Análogo da Somatostatina
- Cintilografia com Gálio-67
- Cistocintilografia Indireta
- Divertículo de Meckel
- Cintilografia Cerebral com TRODAT
- Cintilografia com Leucócitos Marcados
O PET/CT (ou PET Scan) é um exame de diagnóstico por imagem que utiliza uma glicose (um tipo de açúcar) marcada com FDG-18F.
Ele realiza a avaliação de órgãos e tecidos, em especial os tumores malignos.
O medicamento é administrado por via oral, venosa ou inalação. É utilizado uma quantidade muito reduzida da medicação. O tempo de permanência do radiofármaco no organismo, geralmente, é muito curto. Em questão de horas ele é eliminado do corpo, principalmente pela urina.
O que vale ressaltar é que, por meio do exame PET/CT é possível localizar e identificar as lesões tumorais no organismo como um todo. Em casos de suspeita de um câncer, portanto, trata-se do melhor método para um diagnóstico preciso.
Outras recomendações são para confirmação de doenças neurológicas ou psiquiátricas, doenças cardíacas ou por sintomas ainda indeterminados. O PET/CT pode ajudar a diagnosticar doenças até então desconhecidas e que permanecem invisíveis em exames comuns de radiografia.
O PET/CT do IMEB, clínica de diagnóstico por imagem localizada em Brasília (DF), é um dos mais avançados já fabricados pela GE Healthcare, com 128 canais, podendo localizar lesões de até 5 mm. A tomografia do nosso PET/CT é capaz de realizar imagens com cortes ultrafinos de até 0,6 mm.
E mais: os exames de PET/CT são sempre analisados por dois médicos especialistas: um em Medicina Nuclear que interpreta o PET e um Radiologista que interpreta o CT. Nossa equipe é altamente qualificada, com mais de 15.000 exames realizados, artigos científicos publicados em livros e revistas no Brasil.
Nos vídeos abaixo, o Dr. Renato, médico do IMEB, explica melhor sobre o que é e como é feito o PET/CT (ou PET/Scan). Acompanhe!
Mitos e Verdades sobre Medicina Nuclear: confira tudo o que você precisa saber
Muitas pessoas ainda hoje têm medo dos exames e procedimentos de Medicina Nuclear, principalmente por envolverem o uso de radiação. Porém, não há motivo de preocupação. Afinal, as doses de radioatividade empregadas costumam ser muito baixas, administradas de forma controlada e segura no paciente.
A título de curiosidade, por exemplo, exames populares como Tomografia Computadorizada utilizam doses bem maiores de radiação para serem realizados (tudo, claro, ainda de acordo com as normas técnicas da Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN). Confira!
A Medicina Nuclear é perigosa para o organismo
MITO. Afinal, o paciente não é exposto a grandes quantidades de radiação. É utilizada apenas a dose necessária para análise médica ou tratamento, dentro das taxas consideradas seguras e não nocivas para o corpo humano, estabelecidas pela CNEN.
É importante ressaltar que o uso de radiação controlada na MN é o que torna essa especialidade tão importante, trazendo diversos benefícios na área médica.
São as substâncias radioativas (denominadas radiofármacos) que permitem conseguir algumas informações específicas sobre o corpo humano, que outros métodos de análise médica não são capazes de fornecer.
Dessa forma, é possível diagnosticar e/ou auxiliar no tratamento de diversas doenças, como embolia pulmonar, infecções agudas, infarto do miocárdio, câncer, obstruções renais, demências, entre diversas outras.
No vídeo abaixo, o Dr. Renato, especialista em Medicina Nuclear do IMEB, explica mais sobre os riscos do uso de radiação em exames. Assista:
A radioatividade utilizada tem relação com os acidentes nucleares de Chernobyl e Fukushima
MITO. Os episódios ocorridos em Chernobyl e Fukushima são considerados acidentes nucleares pois houve a liberação de enormes quantidades de radiação, de forma descontrolada e nociva para a população. Já a radioatividade da Medicina Nuclear é segura, controlada, utilizada em quantidades mínimas e, por isso, não tem relação com tais acidentes.
Quem faz exames ou tratamentos na Medicina Nuclear pode ficar radioativo/em risco
MITO. Pois além de ser administrada em doses controladas, baixas e não-contínuas, o tipo de radiação utilizada na Medicina Nuclear (gama – y) é facilmente liberada pelo próprio organismo, de forma natural, não permanecendo no corpo por muito tempo.
Logo após a realização de um exame ou tratamento com MN o paciente já possui quantidades reduzidas de radiação no corpo, em comparação ao início do procedimento. Ao final do dia ou algumas horas depois, as taxas já são consideradas insignificantes.
Por isso, não há risco de contaminação por radiação nem para o paciente, nem para seu acompanhante ou demais pessoas ao seu redor.
*É importante reforçar, porém, que existem casos mais específicos e raros em que pode ser necessário utilizar doses maiores de radiação, como procedimentos de terapia ou tratamentos a longo prazo. Nessas situações, pode ser recomendado que o paciente fique internado e isolado até certo tempo, por questões de segurança.
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Medicina Nuclear e Radiologia são a mesma especialidade
MITO. Apesar de ambas estarem associadas ao diagnóstico por imagem, não são a mesma especialidade. Enquanto a Radiologia é uma área da medicina com foco na análise morfológica e anatômica do organismo, a Medicina Nuclear é mais útil na investigação funcional e fisiológica do corpo.
Uma análise morfológica e anatômica oferece informações mais precisas sobre o local e o tamanho de determinada lesão, com melhor definição. Exames como raio X, ultrassonografia (ou ecografia) e ressonância magnética são exemplos de exames da Radiologia.
Já um estudo funcional e fisiológico serve para determinar os impactos de uma lesão no funcionamento do organismo. Procedimentos como Cintilografia e PET/CT são exemplos de exames de Medicina Nuclear.
Por isso, ambas as especialidades são complementares e podem ser indicadas ao mesmo tempo, a depender do quadro e das necessidades clínicas de cada paciente.
Medicina Nuclear causa mais efeitos colaterais e oferece mais riscos que a radiologia convencional
MITO. Pois, ao contrário dos procedimentos de Medicina Nuclear, os exames da radiologia convencional podem demandar o uso de contraste, uma substância que pode causar alguns efeitos colaterais no organismo (como sensação de queimação, vermelhidão no local em que foi administrada, náuseas e vômitos).
Saiba mais sobre os possíveis efeitos colaterais e riscos do contraste aqui.
Crianças não podem fazer esse tipo de procedimento
MITO. Procedimentos de Medicina Nuclear não possuem restrições de idade. Porém, quando feitos em crianças, é necessária uma atenção especial à dose de radiação empregada, que costuma ser menor devido ao comprimento do organismo da criança.
Com relação às contraindicações, exames nucleares ou que envolvem o uso de radiação não são recomendados para grávidas ou mulheres com suspeita de gravidez.
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É necessário recomendação médica para exames e procedimentos de Medicina Nuclear
VERDADE. Quem recomenda se é necessário ou não realizar um procedimento de Medicina Nuclear é o médico, além de decidir se a técnica irá ser realizada para fins de diagnóstico e/ou terapêuticos.
Em geral, nessa decisão, é considerado o fato de que a MN envolve procedimentos minimamente invasivos, que irão preservar a saúde do paciente e procurar evitar intervenções desnecessárias, como procedimentos cirúrgicos.
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Não é recomendado combinar radiofármacos utilizados na Medicina Nuclear com outros medicamentos
MITO. Em alguns casos, pode ser recomendado a realização de uma terapia alvo, que combina o uso de radiofármacos e outros medicamentos, com quantidades calculadas de forma personalizada para o quadro do paciente.
A Medicina Nuclear só é utilizada para diagnóstico
MITO. Apesar da principal indicação da Medicina Nuclear ser para o diagnóstico de patologias, a especialidade também atua no tratamento terapêutico de algumas doenças e até no auxílio de procedimentos cirúrgicos.
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As vantagens da medicina nuclear para um diagnóstico seguro
A Medicina Nuclear pode diagnosticar câncer antes mesmo de surgirem sintomas, alterações ou lesões no organismo
VERDADE. Isso porque a Medicina Nuclear permite avaliar o funcionamento metabólico dos órgãos e tecidos do corpo. Assim, é possível identificar tumores ou cânceres ainda na fase inicial, quando não estão avançados o suficiente para provocar alterações e lesões na anatomia do organismo.
Planos de saúde não cobrem exames nem tratamentos desse tipo
MITO. Por ser uma especialidade relativamente nova na área médica, muitos pacientes acreditam que planos de saúde ainda não cobrem os procedimentos da Medicina Nuclear. Porém, eles já estão inclusos no Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e inclusos na cobertura de muitos convênios.
Esperamos que este artigo tenha te ajudado a entender um pouco melhor sobre Medicina Nuclear e a desmistificar algumas questões sobre essa especialidade tão importante no diagnóstico e tratamento de muitas patologias, como tumores e cânceres.
Aprimore o seu diagnóstico com a medicina nuclear
Apesar dos avanços que possibilita em diagnósticos e tratamentos, a Medicina Nuclear ainda é pouco conhecida e subutilizada.
Isso acontece, em partes, devido à menor disponibilidade dos equipamentos necessários em centros hospitalares e ao desconhecimento de profissionais que optam por métodos radiológicos mais convencionais.
Além disso, por falta de uma maior divulgação dessa especialidade, ainda há um certo receio nas pessoas em relação à radiação nuclear, o que diminui ainda mais o acesso aos seus benefícios. Um dos maiores desafios do IMEB é tornar a Medicina Nuclear mais acessível, visando saúde de qualidade para toda população.
O IMEB se tornou a primeira clínica de diagnóstico por imagem e medicina nuclear do Distrito Federal com Acreditação em Nível 3 da ONA (Organização Nacional de Acreditação).
Essa conquista veio consolidar a segurança e qualidade na assistência prestada pelo IMEB. Além disso, a certificação do Sistema de Gestão da Qualidade pela norma internacional ISO 9001 em sua última versão (2015) comprova que a qualidade é um compromisso do IMEB.
A clínica possui os mais tecnológicos e modernos equipamentos, além de uma equipe multidisciplinar e corpo clínico altamente qualificado para garantir o atendimento humanizado e a segurança na assistência aos pacientes.
Se você precisa realizar um exame, nós podemos te ajudar!
O IMEB é referência em Medicina Nuclear e Diagnóstico por Imagem. Agende o seu exame de câncer de próstata aqui e tenha segurança no seu diagnóstico